Faz 1 ano e 3 meses que escrevo aqui na Revista AzMina. Vinte e nove colunas depois, esta lista comemora TRINTA textos que demonstram, registram e combatem a gordofobia nossa de cada dia. E, do alto dos meus 115 Kg, eu preciso dizer que estou cansada desse preconceito. Farta. CHEIA.
Estou empanturrada de ter que fazer isso todo santo dia como forma de validar minha existência, algo que me é de direito, como é para qualquer outra pessoa. Eu sei, no entanto, que este é um caminho sem volta, não tem como, uma vez que a gente conhece a gordofobia, fechar os olhos para ela.
Foi então que pensei, já que hoje é uma espécie de data comemorativa deste espaço, queria pedir um presente: que tal combater a gordofobia você também?
Na lista a seguir, dou 30 dicas de como você pode fazer isso acontecer.
Vamos lá?
- Saber que não é legal namorar a pessoa gorda só se for escondido
- Ter consciência de que não existe fórmula mágica para perder peso
- Não associar o peso ao sucesso amoroso
- Saber que mulheres gordas são, antes de tudo, pessoas
- Reconhecer o que está por trás do padrão de magreza
- Valorizar a amiga gorda que você tem
- Não estereotipar as pessoas gordas que você conhece
- Parar de associar magreza à felicidade
- Não dizer que existe gordofobia ao contrário ao ver pessoas gordas assumindo lugares de protagonismo
- Não dizer que a luta contra a gordofobia romantiza a obesidade
- Entender de uma vez por todas que pessoas gordas não são doentes só por serem gordas
- Perder o medo de dizer a palavra GORDA sem achar que é ofensa
- Parar de forçar as pessoas gordas a caberem em um padrão que não as representa
- Abrir lugares de destaque e protagonismo para pessoas gordas ao seu redor
- Não assumir automaticamente que toda pessoa gorda quer emagrecer
- Entender que a gordofobia é sobre privação de direitos
- Segurar a onda na hora de achar que PRECISA falar de dieta para uma pessoa gorda
- Entender que, para a mulher, a gordofobia atinge camadas muito profundas de quem ela é
- Deixar as meninas gordas serem crianças em paz!
- Não assumir que toda pessoa gorda é preguiçosa e desleixada só porque é gorda
- Parar de ter o corpo magro como único parâmetro para o sucesso
- Entender que pessoas gordas existem e não precisam compensar sendo engraçadas, eficientes, cuidadoras etc. etc. etc.
- Não colocar toda a responsabilidade do combate ao preconceito sobre a pessoa gorda com o discurso do “você precisa se aceitar”
- Não julgar a pessoa gorda – nem pessoa nenhuma – por sua escolha de vestuário
- Parar de fetichizar e objetificar a mulher gorda
- Parar de fiscalizar o prato alheio
- Ser gentil com o próprio corpo e o corpo das outras pessoas
- Entender que ninguém tem o direito de opinar sobre o corpo de outra pessoa
- Saber que pressão estética e gordofobia não são a mesma coisa
- Ler, saber, se informar sobre o assunto
Leia mais: Como a mídia cria estereótipos que impulsionam a gordofobia
Agnes Arruda é jornalista, mestre e doutora em Comunicação. Autora de “O Peso e a Mídia: as faces da gordofobia” (Alameda, 2021), do infantil “Medusa: a história que não te contaram” (2020) e do “Pequeno Dicionário Antigordofóbico” (Provocare, 2022).
Tem se dedicado a mostrar como a gordofobia age e retroage na vida das pessoas, em especial nos processos de comunicação.
Faz a difusão do seu trabalho científico no projeto Tamanho Grande, disponível na web, incluindo suas redes sociais.
