Pleno 2021 e a gente ainda tem que ficar falando que o corpo da outra pessoa NÃO É MOTIVO DE COMENTÁRIO. Cansei.
Num exercício de desprendimento com a realidade, resolvi então imaginar como seria se, ao invés de gordofobia, houvesse a tal da “romantização da obesidade”, que tanto falam que o ativismo antigordofóbico faz. Aproveito o gancho desta época do ano, cheia de festas, comidas e planos pro ano vindouro.
Vem comigo!
- Pra começar, programas de culinária passarão a dar receitas de pratos típicos da ceia em suas versões high carb, com dicas de como aumentar as calorias, mesmo que para isso precise abrir mão do sabor!
- Não vai ter ninguém fazendo dieta para poder “comer sem culpa” na ceia! Não existe essa história. É panetone com rabanada no café da manhã, peru com salpicão no almoço e pernil com farofa no jantar, equilibrando com o manjar da madrugada.
- Quando a tia inconveniente vier falar do seu peso, certamente vai ser para dizer “nossa, como você tá magrinha, vem cá e come mais um pedacinho desse empadão!”
- Já o “Tio do Pavê”, essa entidade natalina, deixaria de existir; afinal, tudo “é pacumê”.
- A figura almejada é a do Papai Noel de barriga saliente, não a da Mamãe Noel que o patriarcado inventou para ficar do lado dele: novinha e levinha.
- Na hora da lista de resoluções para o Ano Novo, “engordar mais uns quilinhos” e “aumentar o manequim” estariam no topo dos desejos de qualquer pessoa sensata.
- Ninguém também tá preocupado com o tal do “corpo de praia”. A regra máxima “tenha um corpo, vá à praia” parece se fazer valer plenamente.
- Por fim, o corpo da outra pessoa não é uma questão. Cada um cuida do seu, e vida que segue, sabendo que o corpo gordo é o padrão.
Ai, ai…
E aí, me diz você: falta algo nesta lista?