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9 de janeiro de 2020

“Aprendi a me masturbar aos 40 anos, mas ainda preciso de penetração”

A mina que senta no Divã conta da saga da sua vida sexual, do abuso na infância até aprender a se mastubar

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Masturbação: imagem de uma fruta que remete ao ato de se masturbar
(Crédito: Unsplash)

“Minha história não é muito bonita, mas conta tudo o que eu sou hoje. Aos quatro anos fui violentada por um homem que era filho do meu padrasto, que me forçou a fazer sexo oral nele.

Só sei que sentia nojo e não entendia o motivo de tudo aquilo estar acontecendo. Chorei muito, não chegou a ter penetração porque minha mãe chegou antes de ele terminar o que queria fazer.

Cresci com desejos por meninas e meninos, tudo ao mesmo tempo. Tive vários momentos de beijo na boca de meninas ainda na infância.

Na adolescência comecei a me interessar por meninos e esqueci as meninas, porém o sexo com penetração demorou para acontecer, porque eu sentia medo, pavor de sentir dor.

Então, só fazia sexo oral para satisfazer meu parceiro e ele fazia a mesma coisa em mim.

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Aos 21 anos foi minha primeira experiência com penetração. Não sangrei, porém não senti prazer algum. Com 22 anos conheci o grande amor da minha vida, a quem me entreguei por completo e quebrei todos os tabus do sexo. Com ele eu tinha orgasmos de todas as formas possíveis.

Mas nem tudo é lindo maravilhoso na vida, né? Nos separamos e começou a saga para encontrar um substituto deste amor: nunca encontrei. Aprendi a me masturbar com 40 anos.

Leia mais: “Minha saga no Tinder por uma foda digna”

No começo, foi bom. Fazia com homens que conhecia pela internet, às vezes gozava uma, duas vezes, até mais. Mas comecei a perceber que, após gozar, isso me deixava muito deprimida, porque eu queria penetração. Necessitava de um pênis dentro de mim.

Hoje, aos 45 anos, estou só e sem sexo. Me nego a me masturbar porque já sei a sensação de derrota que sinto.

Nesta saga aconteceu algo que chamou a atenção. Do sexo que tive com vários homens, o mais prazeroso e inesquecível foi com um homem desprovido de beleza e de cultura, que considero feio.

Com ele eu tive um sexo magnífico, que eu jamais tive com outra pessoa, nem com o amor da minha vida. Parei e me analisei: será que eu me sinto poderosa perto desses homens e minha libido aumenta? Que é porque me sinto linda e maravilhosa para aquele homem?

Eu acho que é isso. Mas ainda não consigo entender porque preciso tanto da penetração.”

O Divã de hoje é anônimo.


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* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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