Mulher, leia essa coluna com um espelhinho em mãos. Pode ser um desses de maquiagem. De preferência, leia quando estiver em casa e possa ficar sem roupa. Já se você for um homem, leia também atentamente e lembre dessas informações quando estiver com uma mulher.
O assunto aqui não é nenhuma novidade, mas acho que é a base para começarmos a falar de sexualidade feminina: mulheres precisam conhecer seus corpos, principalmente a parte que fica entre as pernas.
Muita gente já falou de sua anatomia, mas acho que uma pessoa a mais falando não faz mal a ninguém. Afinal, a maioria de nós não tem o hábito de olhar para ela, conhecer e entender cada centímetro dessa parte do corpo que pode nos trazer tantas sensações boas.
A vulva e os lábios
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Então abra as pernas, posicione o espelho no meio e encare o que está ali.
A primeira coisa importante de saber é que o que você está vendo não é a sua vagina. Essa parte visível, externa, é a vulva. A gente chama ela pelo nome errado e isso não é coincidência, não. Tem a ver com a anulação do nosso prazer, de tudo que é parte do nosso órgão genital e não serve para a reprodução diretamente.
Se o que você está vendo é cheio de pelos e peles, nada parecido com a Barbie, pode ficar tranquila: você é normal, a Barbie que, tadinha, não tem uma vulva normal.
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A sua vulva é cheia de partes. Ela tem os lábios, internos e externos, a cabeça do clitóris ali em cima e os dois furinhos, a entrada da vagina e a uretra, por onde sai o xixi.
Os lábios, normalmente chamados de pequenos e grandes, na verdade podem ter uma infinidade de formatos e tamanhos. Inclusive, os chamados de pequenos podem ser – e muitas vezes são – grandes, bem maiores do que os tais dos “grandes”.
A cor da pele também pode variar. Rosa, marrom, preta, branca, manchada… Tanto faz, tá certinho ser assim.
O clitóris é bem maior do que você imagina
Já sobre o clitóris, é importante saber que isso que você vê é só um pedacinho ínfimo dele. Aquela pontinha, que dá tanto prazer durante a masturbação é só uma parte dos cerca de 9 centímetros do órgão.
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É que a maior parte dele é interna. E sabe o que é melhor? É que todos esses centímetros, visíveis ou não, têm uma única função: sentir prazer.
O formato do clitóris lembra um estilingue, como dá para ver na imagem ao lado. A cabeça fica visível e o resto se estende para dentro do seu corpo, ao redor da vagina.
Assim, durante a penetração, as partes internas do seu clitóris também são estimuladas!
E quando você o estimula, ele enche de sangue e a cabeça, a parte visível, cresce. Fica a dica: tem uma cabeça do clitóris grandona não é problema nenhum, muito pelo contrário, é mais área para sentir prazer. Aproveite!
Entrando na vagina
Agora sobre os canais. A uretra serve para sair o xixi e é isso. Abaixo dela fica a entrada da vagina. Esse é o canal que liga a vulva até o colo do útero e onde o pênis, dedinhos e afins entram no sexo com penetração. Ele também tem nervos e é sensível, mas bem menos que o clitóris.
É que é por ele que sai o bebê quando a mulher tem filho, então a natureza foi sábia, deixando a área com poucos nervos, para que nenhuma mãe morresse de dor no parto.
Importante saber: os nervos, que passam as sensações para o nosso cérebro, se distribuem de maneira diferente em cada mulher. Naomi Wolf, no livro “Vagina, uma biografia”, investigou bastante isso com diversos cientistas.
O fato é que todas temos milhares de terminações nervosas na região genital, mas elas se distribuem de muitas maneiras. Algumas têm mais terminações no clitóris, outras na vagina e outras ainda no períneo. Por isso algumas sentem mais prazer na penetração, outras preferem a estimulação clitoriana, e por aí vai.
Ah! E entre o seu canal vaginal e a uretra existe uma glândula, chamada glândula de Skeene. Ela fica na parte de cima do canal e, quando estimulada, pode ser fonte de prazer. Tem gente que diz que está nela o tão falado ponto G.
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Essa glândula produz um líquido, que parece com o xixi e seria ele que sai quando mulheres ejaculam – algumas mulheres defendem que todas podemos ejacular se treinarmos, mas isso é assunto para outra conversa.
Pronto, é isso!
Simples, né? Nossas ppkas não são tão complexas assim. O importante é conhecer, entender e tocar muito, para saber como cada pedaço dela responde ao estímulo e o que gostamos ou não.
E se você é daquelas que acha que ela é “feia” ou “nojenta”, o trabalho tem que ser reforçado. Olhe bastante pra ela, um pouquinho por dia, até ficar acostumada com sua aparência. Aí você vai entender que é só mais uma parte do seu corpo, com a aparência dela, e que pode ser fonte de muito prazer.
Já se você é um homem, faça esse exercício também de admirar e entender as xoxotas, para ser um bom parceiro.