É verdade: descriminalizar o aborto reduz o número de procedimentos. Parece fora de lógica, mas as razões são simples.
Descriminalizar não é banalizar o aborto, é apenas retirar o tipo penal que manda as mulheres para a prisão. No Brasil, uma mulher que faz aborto pode ir para a prisão. É difícil acreditar, mas é assim que está no Código Penal: é mais do que uma prática errada ou contra à lei, é crime de prisão.
As mulheres não substituirão os métodos contraceptivos pelo aborto. Se descriminalizado, o aborto não será obrigatório, só deixará de uma prática escondida.
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Hoje, uma em cada cinco mulheres, aos 40 anos, já fez um aborto no Brasil. Isso significa uma mulher por minuto, meio milhão de mulheres em um ano. O aborto é feito em clínicas clandestinas ou com remédios, e metade das mulheres procura os serviços de saúde.
É aí que está o nó da criminalização. A chegada de uma mulher a um serviço de saúde é o momento chave para medidas de prevenção e redução do aborto.
É somente conhecendo as razões por que uma mulher precisou do aborto que se reduz o número de procedimentos
Mas para uma mulher falar a verdade é preciso que ela não tenha medo da lei.
As razões que levam uma mulher a fazer um aborto são variadas, mas quase todas evitáveis, se conhecidas. Quando o aborto é descriminalizado, as políticas de saúde sexual e reprodutiva ganham força e o número de abortos diminui.
É assim que todas as pessoas deveriam ser a favor da descriminalização do aborto, mesmo aquelas que se dizem ser “contra o aborto”.