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12 de dezembro de 2018

Então é Natal: 5 livros para presentear e fortalecer

Reuniões familiares, festas da firma e amigos secretos. Que tal presentear com livros que eduquem para que não tenhamos mais que lidar com os infames comentários machistas desses eventos?

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Livros para presentear neste Natal. Crédito: Divulgação

Neste Natal, que tal aproveitar para espalhar a palavra do feminismo?

As festas de fim de ano chegam novamente para desafiar as feministas de plantão a sobreviver aos infames comentários machistas nas reuniões familiares, nas festas da firma e nos amigos secretos – que, muitas vezes, contam com a participação nada ilustre de alguém que nos faz lembrar da famosa hashtag #meuamigosecreto, e que, infelizmente, não podemos banir das nossas vidas. Tudo isso, sem perder o bom humor!

Na hora de comprar lembrancinhas pra uma e pra outro, dilemas – que só a libertação dos padrões de gênero nos proporciona – também nos assombram: “será que minha tia precisa mesmo de um novo kit de maquiagem ou eu poderia ajudá-la a se aceitar como é e presenteá-la com aulas de autodefesa?”; “estes panos de prato lindos, em vez de dar pra minha mãe, vou dar pro meu pai, que podia muito bem lavar mais louça!”; “será que meu primo vai ficar muito bravo se eu der um carrinho pra filha dele e uma camiseta cor de rosa pro filho?”.

Amiga guerreira, sabemos que o mundo não é fácil para aquelas que se libertaram do mito da feminilidade e entraram num caminho de emancipação. A mais corriqueira das tarefas esbarra em infinitas afrontas a nossas liberdades e pode se tornar um pesadelo. Para ajudá-las a passar por este fim de ano com menos stress e mais esperança, recorremos para a criação humana que mais proporciona empatia: a literatura.

Confira abaixo uma seleção de livros escritos por mulheres para presentear e fortalecer pessoas de todos os gêneros e idades.

Afinal, sabemos que, no fundo, aquele #meuamigosecreto também sofre com o machismo e pode se libertar a qualquer momento.

50 brasileiras incríveis para conhecer antes de crescer

Débora Thomé, Editora Galera

“Um monte de mulheres que gostava muito de pesquisar, ler, escrever, desenhar e pintar se juntou e construiu os textos e as ilustrações destas páginas. Nelas, você̂ vai descobrir histórias pouco conhecidas de mulheres fabulosas, fenomenais, fantásticas que, apesar das dificuldades, transformaram o Brasil e, às vezes, até mesmo o mundo”, diz a introdução. Com uma linguagem simples, clara e ilustrações lindas, este livro é uma joia para pessoas de todas as idades.

Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil

Duda Porto de Souza e Aryane Carraro, Selo Seguinte

Escrito, produzido, editado e ilustrado por mulheres, este livro é uma espécie de enciclopédia de personagens femininas que fizeram sua parte para mudar o curso da história do país em suas áreas de atuação, do esporte à psiquiatria, de Dandara a Sônia Guajajara, do ano de 1.500 até hoje. Com estilo jornalístico, resume as histórias dessas mulheres e apresenta fatos e curiosidades sobre suas lutas e contextos sociais e históricos.

Mulheres incríveis

Kate Schatz, Editora Astral Cultural

Mini biografias de mulheres que transgrediram as normas e lutaram por mais igualdade no mundo todo, desde a primeira autora de que temos registro, Enheduanna, nascida em 2.285 A.C. na Mesopotâmia, até Malala Yousafzai, que nasceu em 1997 no Paquistão e se tornou a mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2014. Escrito pela estadunidense Kate Schatz e ilustrado por Miriam Klein Stahl, o livro foi traduzido para o português por Regiane Winarski e ganhou perfis de brasileiras escritor por Jules de Faria, fundadora do Think Olga.

Para educar crianças feministas: um manifesto

Chimamanda Ngozi Adichie, Companhia das Letras

Este livro é a adaptação de uma carta que a escritora e ativista feminista nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie escreveu a uma amiga que lhe pediu dicas sobre como educar sua filha como feminista. Em um tom afetuoso e informal, a autora vai propondo reflexões sobre o dia a dia com os filhos e a própria construção de cada mulher como mãe.

“Penso que é moralmente urgente termos conversas honestas sobre outras maneiras de criar nossos filhos, na tentativa de preparar um mundo mais justo para mulheres e homens”, diz a introdução. Nós concordamos, e acreditamos que esta é uma leitura valiosa para todas as famílias – alguns podem até torcer o nariz ao ler a palavra “feministas” na capa, mas logo verão que não há nada de dogmático ou extremista no discurso.

Sejamos todos feministas

Chimamanda Ngozi Adichie, Companhia das Letras

Caso a pessoa que você deseja presentear – seja quem for, até você mesma – não esteja tão interessada em ter ou educar filhos, indicamos mais um livro de Adichie. Novamente, a palavra “feminismo” na capa pode afastar os mais críticos ao termo, mas o texto ágil e fluido da autora logo se encarrega de desmistificar os estereótipos que mascaram os verdadeiros objetivos feministas: mais igualdade e liberdade. Este curto ensaio é uma adaptação do discurso feito por Adichie numa palestra no TED e explica como o feminismo promove a libertação de todas e todos, até daquele #meuamigosecreto.

BONUS: Agenda Mandala Lunar 2019

Ieve Holthausen, Naíla Andrade e Victoria Campello

Não é um livro, mas traz tanto conhecimento como qualquer um dos indicados aqui. A agenda Mandala Lunar foi criada por mulheres brasileiras que buscavam uma maneira de se conectar mais profundamente com seus ciclos menstruais e de vida e desenvolveram uma ferramenta maravilhosa, que pode ser usada por todas nós. Cada lunação – ciclo de 28 dias em que a lua passa por todas as suas fases – é representada por um diagrama circular em forma de mandala, onde podemos anotar todas as mudanças que notamos em nossos corpos e mentes e perceber suas relações com as fases da lua e do ciclo menstrual.

Além das mandalas, a agenda tem uma página para cada dia do ano, como uma agenda ou diário comum, e reúne textos maravilhosos sobre os corpos e desejos das mulheres. As ilustrações coloridas e o design cuidadoso completam a experiência de autoconhecimento que embarcamos ao preencher o papel. Para quem tinha uma relação mal resolvida com seu corpo e seu ciclo menstrual, cada virar de página é como receber um abraço de sororidade.

* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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