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Mulheres na política: panorama após eleições de 2018

Representatividade das mulheres na política, que foi destaque nas últimas eleições, também deve pautar disputa municipais este ano

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O Brasil bateu seu recorde em representação feminina na Câmara dos Deputados após as eleições de 2018, com o número de cadeiras ocupadas por mulheres saindo de 10% para 15%. Mesmo assim, o país segue com uma das piores taxas do mundo de representação de mulheres no Parlamento, com um abismo em relação à participação feminina no eleitorado brasileiro, de 51%. 

Desde a eleição do atual presidente Jair Bolsonaro, o Brasil vive um momento político conservador e de retrocesso no que diz respeito aos direitos das mulheres. Isso torna o debate da representatividade política urgente para o funcionamento e fortalecimento da democracia no país. É esse panorama pós-eleições 2018 que o quinto episódio da série Mulheres na política traz. Um debate importante em ano de eleições municipais, como é o ano de 2020. 

Assista aqui a série completa “Mulheres na Política”

A websérie é produzida pelas jornalistas Bárbara Barcia, Claudia Alves e Fernanda Prestes, da FLUXA, em parceria com a Revista AzMina.

“Não dá para fazer política sem as mulheres, sem a negritude, se somos uma expressão massiva da sociedade brasileira”, diz Daniella Monteiro, deputada estadual do Rio de Janeiro eleita em 2018, uma das ex-assessoras da vereadora assassinada Marielle Franco. 

A eleição de 2018 trouxe para dentro da Câmara dos Deputados e para as assembleias estaduais representantes de grupos que nunca estiveram representados dentro dos parlamentos, ou que sempre foram sub-representados. Joênia Wapichana foi a primeira mulher indígena eleita como deputada federal. Em São Paulo, Erica Malunguinho foi a primeira mulher trans eleita para a Assembleia Legislativa – casa que tem ainda a co-deputada trans Erika Hilton pela Bancada Ativista. 

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O Rio de Janeiro elegeu as três ex-assessoras de Marielle (Renata Souza, Mônica Francisco e Daniella Monteiro) para deputadas estaduais, que defendia pautas de direitos humanos, do movimento negro e LGBTIQ+. “Queremos dar continuidade à luta de Marielle pelos direitos sociais das mulheres, da negritude e das LGBTs”, diz Daniella. 

Joênia surge como líder política em um momento em que as violências contra povos indígenas são legitimados por um discurso autoritário e de exclusão. Como reação a esse movimento e após graves queimadas e invasões na Amazônia, o Brasil viu acontecer a primeira Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, que se reuniram em Brasília em agosto de 2019 para reivindicar seus direitos. 

“A gente vai ter que se aproximar dos partidos políticos. Não há a possibilidade de a gente construir uma democracia feminista sem nós participarmos da política e concorrermos aos cargos eleitorais”, diz Hildete Pereira de Melo, economista e autora do livro Mulheres e Poder. “A igualdade é boa para todos e todas.”

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