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13 de dezembro de 2016

Conheça o selo dedicado apenas às mulheres da música

Iniciativa mapeou 310 bandas com integrantes mulheres e mostra que São Paulo concentra maior número

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O PWR Records é um selo sobre representatividade! Diante de um cenário musical no qual muito se fala sobre a inclusão feminina e onde, por muitas vezes, o discurso não corresponde à ação, Hannah Carvalho (19) e Letícia Tomás (20), decidiram criar, no Recife, um selo no qual as mulheres podem reforçar seu protagonismo na música em todo país.

A ideia teve início quando elas mapearam bandas indies do país que tinham pelo menos uma mulher na sua formação. Em parceria com Nanda Loureiro, do selo cearense Banana Records, construíram uma lista colaborativa online.

Entre os meses de julho e setembro de 2016, foram registrados 310 grupos com ao menos uma integrante.

Dentre esses, 44 são exclusivamente de meninas ou projetos solo. Nove são de Recife e a cidade mais citada é São Paulo, com 83. Um número ainda pequeno diante do tamanho de uma cena cada vez mais extensa e plural.

Com os dados nas mãos, não pararam por aí: decidiram que era hora de estimular as mulheres a ocupar esse espaço historicamente masculino e criaram o selo PWR Records, que dá suporte aos lançamentos de mulheres, além de ajudar na criação e venda de merchandising.

Confira os dois primeiros lançamentos do selo:

Do instinto à intuição: conheça o ritualístico EP de PAPISA

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PAPISA e Rita Oliva (Cabana Café e Parati) se unem por um impulso em um só corpo. No palco, velas negras e sálvia branca queimam marcando o compasso do tempo numa espiral de (sobre)vivências e desejos. Descalça, a multi-instrumentista se despe do conhecido e parte para algo novo: vívido, pulsante, intuitivo. Assim é o EP de estreia de PAPISA, que já recebeu denominações como “Cat Power psicodélica” (Popload) e “bruxa sábia” (Noisey) pela imprensa especializada.

PAPISA é autora e executora de sua própria obra, inspirada no arcano II do tarô. Compõe, toca, produz suas músicas. Dos autorretratos que acompanham as faixas (como o que ilustra o texto) às nuances lisérgicas de camadas de vozes e guitarras, o desejo de PAPISA por explorar suas potencialidades é nítido, inegável. “Sempre quis fazer algo em que eu gravasse tudo, e finalmente decidi fazer. Percebi que era algo, além de possível, verdadeiro”, revela a artista.

In Venus lança single “Mother Nature” em homenagem à força da natureza

Formado em 2015, o quarteto In Venus (SP) aposta na ideia da música como ferramenta de discurso e empoderamento. Uma descarga de raiva que retrata os inconformismos contemporâneos, as lutas do dia a dia e um som pesado que visita o dark e o noise dos anos 80, mas se entrega às qualidades das guitar bands noventeiras.
“Mother Nature” é um manifesto feminista à Gaia feito por suas filhas em pleno florescer do Divino Feminino. A mulher como potência criadora – assim como a Terra – é o simbolismo da faixa, que traz a força da natureza e a força feminina como paralelos. Música para aguçar os sentidos, “Mother Nature” ganha versão também em zine e traz textos e ilustrações sobre o Feminismo.
In Venus é composto por Cintia Ferreira (voz e sintetizador), Priscila Lopes (baixo), Rodrigo Lima (guitarra) e Camila Ribeiro (bateria). “Mother Nature” é o primeiro single do EP de estreia da banda, previsto para os primeiros meses de 2017. Lançamento Howlin’ Records (SP), Efusiva (RJ) e PWR Records (PE).

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* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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