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6 de julho de 2018

Meninos são espoletas e meninas são comportadas? Vamos repensar os estereótipos!

Tayná Leite cria uma campanha para que todas digam o que é #sermãedemenino ou #sermãedemenina sob uma nova ótica. Participe!

Nós fazemos parte do Trust Project

Em março deste ano me deparei com uma campanha de um importante veículo de comunicação cujo público alvo são mães e que trazia uma matéria sobre como ser mãe de menino envolvia coisas como lidar com arranhões nos joelhos. As meninas, por serem mais comportadas e ficarem sentadinhas, não passariam por esse tipo de situação com tanta frequência.

Fiz um post no meu Facebook e várias amigas comentaram justamente desmistificando esses estereótipos, postando fotos de suas meninas bagunceiras e de seus meninos comportados.

Aqui em casa mesmo tenho um menino bem comportadinho, sensível e carinhoso e que adora uma vassoura.  No meu grupinho mais próximo de bebês somos em 5 mães e 7 crianças, das quais 2 meninos apenas. As meninas são justamente as mais espoletas e vida loka.

Longe de mim reforçar um “estereótipo ao contrário”, porque obviamente a construção social age sobre meninos e meninas justamente para que ao longo da vida cresçamos achando que precisamos ser comportadas enquanto eles podem ser aventureiros. Que a nós é dado ser sensível e emocional enquanto eles são assertivos e racionais.

E é justamente nesta fase e com essas pequenas coisas que reforçamos padrões e estereótipos que virão a ser formas sutis (ou nem tanto) de violência contra meninas e meninos.

De março para cá passei a acompanhar no Instagram as hastags #maedemenino e #maedemenina, e com base nisso resolvi criar uma campanha para repensarmos o estereotipo, ainda que ele pareça positivo e fofinho, e permitirmos às pessoas, todas elas, que sejam quem elas quiserem ser!

Como eu já contei neste texto aqui, me tornar mãe de um menino me fez olhar o mundo com outros olhos.

Para mim, #sermãedemenino é ter que me preocupar ainda mais em acolher os sentimentos que a sociedade manda ele engolir e por aí vai.

#sermaedemenino é ter que ficar explicando que é normal ele brincar de boneca ou de panelinhas e gostar de limpar a casa, e que isso não define a orientação sexual dele (como se criança tivesse orientação sexual e como se fosse algum problema seja lá qual for a orientação dele).

#sermãedemenino é estar o tempo todo atenta aos exemplos que ele vê de masculinidade para que ele não normalize atitudes abusivas e violentas em relação a outras pessoas, em especial meninas.

#sermãedemenino é ter a missão de ensiná-lo a olhar para o seu privilégio de forma crítica e construtiva.

#sermãedemenino é ter um garotinho doce, sensível e empático e me esforçar para que ele assim permaneça.

E para você? Quais os desafios de #sermãedemenino ou #sermãedemenina?

Abrace essa campanha e vamos juntas desconstruir esses estereótipos que limitam as potencialidades de cada ser humano?

Compartilhe o vídeo da campanha ou este texto com as hashtags que te representam e os desafios que você encontra na sua maternidade por conta desses estereótipos ou desconstruindo os mesmos.

Como diria a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie : “O problema com estereótipos não é que eles sejam falsos, mas sim que eles são incompletos. Eles fazem com que uma história se torne a única história”.

Vamos deixar que nossos filhos contem suas próprias histórias da forma que melhor entenderem e que os façam mais felizes!

Vamos #repensaroestereotipo!

Quer saber mais sobre a campanha? Assista aqui.

 

* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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