Hoje o divã é um desabafo doloroso das alunas da Universidade de São Paulo (USP)
Qual a papel de uma reitoria senão proteger seus alunos e alunas de violências de todos os tipos? Este é o questionamento pungente das alunas que criaram este vídeo para a Revista AzMina. Desde o dia 6 de abril elas ocupam o conjunto residencial da Cidade Universitária, o CRUSP, exigindo que a universidade deixe de encobrir abusos contra as mulheres.
A revista AzMina contatou a assessoria de imprensa da USP, que não deu resposta sobre o crescente número de abusos no CRUSP, nem sobre a denúncia de omissão da instituição em lidar com os casos.
A USP apenas informou que está investigando um caso de abuso ocorrido na semana passada: “A Reitoria repudia enfaticamente a grave agressão e esclarece que está tomando todas as providências cabíveis no âmbito administrativo. Foi instaurada sindicância para apurar os fatos e a Comissão de Direitos Humanos da Universidade e o SOS Mulher da SAS estão acompanhando o caso. Deve-se ressaltar, contudo, que nosso sistema jurídico não permite a aplicação de penalidades drásticas, como o desligamento de alunos, de forma sumária, como vem sendo pleiteado pelos invasores da sede da SAS. O direito ao contraditório e à ampla defesa, inclusive no âmbito da Administração Pública, é uma conquista democrática de nossa sociedade, que não pode ser desprezada, nem mesmo diante da ocorrência de fatos graves como os aqui relatados. Dessa forma, caso, após o devido processo legal, sejam confirmados os fatos e a sua autoria, as punições cabíveis serão aplicadas pela Universidade.”