As agressões cometidas pelo DJ Ivis contra a influencer e arquiteta Pamella Hollanda foram um dos principais assuntos da semana. Ela divulgou no domingo vídeos com imagens feitas com uma câmera de segurança, onde é possível ver o agressor dando socos, chutes, empurrões e puxões de cabelo em Pamella, que na maioria das vezes, está acompanhada da filha recém nascida do casal. Na quinta-feira, 14, ele foi preso.
Mas será que a prisão resolve o problema?
No vídeo, explicamos porque no combate à violência contra a mulher, falar apenas em punir o agressor é insuficiente e como é essencial ter um olhar feminista para a questão. Já imaginou se mudássemos o foco deles, para elas nesse debate?
No ano passado, mostramos que um terço dos projetos de lei que tentam modificar a Lei Maria da Penha optam pelo caminho do punitivismo. Para especialistas que trabalham com o tema da violência contra a mulher, as proposições estritamente punitivistas agem no sentido contrário do que a lei busca: elas afastam as mulheres da rede de proteção. Com medo de verem os agressores, com quem na maior parte das vezes mantém laços de afetos, severamente punidos, elas desistem de denunciá-los.
“Quando criamos o punitivismo muito forte nos afastamos da vítima. É o Estado que pune o agressor, mas é a mulher quem o denuncia. Colocamos sob a mulher uma responsabilidade que a afasta da denúncia”, explica Marilia Montenegro, professora da Unicap e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pesquisadora do grupo Asa Branca de Criminologia.
Saiba mais: Encontre a delegacia da mulher mais próxima de você
E é importante lembrar que mesmo nos casos onde há denúncia e encarceramento do agressor, isso não é garantia de que a mulher estará protegida. AzMina já mostrou que os muros da prisão nem sempre são capazes de conter agressões. Que nesses casos podem se tornar ameaça.