Comentários machistas, piadas homofóbicas, racismo e agressões: a gente já conhece bem o repertório infame de Jair Bolsonaro. São falas que espelham a intolerância do presidente com as mulheres, pessoas LGBTQIAP+, negras e periféricas. No entanto para seus apoiadores a coletânea de grosserias de Bolsonaro não passa de um reforço da sua heterossexualidade.
Deste teatro todo de “homem de verdade” também faz parte se autonomear “imbrochável”, defender armas e o discurso contra inimigos inexistentes. Ameaça comunista, Venezuela, ideologia de gênero e guerra espiritual são alguns desses adversários imaginários, e fazem parte de uma performance de masculinidade que busca associar o presidente à ideias de segurança e proteção.
Enquanto isso, a realidade de sua atuação como chefe da nação vai na contramão disso. Ao mesmo tempo em que inflama sua base contra medos infundados, Bolsonaro se diz impotente diante de problemas reais que o país enfrentou nos últimos quatro anos. Por exemplo, o aumento da insegurança alimentar, as mortes em decorrência da Covid-19, a alta dos combustíveis e o desemprego.
Diante de questões que não podem ser combatidas com fuzil, o imbrochável se revela um impotente. Sem planos, sem respostas, ele não tem culpa de nada, não pode fazer nada, não é coveiro, nem sabe como se tornou presidente.
AzMina reuniu os símbolos e discursos que caracterizam a masculinidade frágil de Bolsonaro e te conta, em vídeo, como isso é usado estrategicamente. Na tentativa de convencer que é um homem viril, protetor, Bolsonaro revela na verdade uma masculinidade ultrapassada. Ele conquista, assim, uma parcela de homens e mulheres que se torna cada vez mais barulhenta ao se sentirem ameaçados pelos avanços sociais conquistados por parte da população. À medida que os direitos humanos avançam, essa agressividade masculina reage e se torna mais barulhenta. Para que ela se torne irrelevante, é preciso seguir denunciando e lutando.