O mercado de trabalho tech brasileiro está em expansão contínua, mas ainda é ocupado predominantemente por homens. Porém, mesmo com habilidade e criatividade, mulheres ainda ficam de lado no mercado de tecnologia, que favorece homens em detrimento da inserção de um grupo mais diversificado neste ambiente de disputa.
De 2022, até 2025, mais de 300 mil postos de trabalho na área de tecnologia ficarão vagos por falta de profissionais qualificados, segundo um levantamento da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais). Entre as possíveis justificativas para esse déficit está o baixo índice de participação de mulheres no setor. Elas são apenas 20% das profissionais que atuam em TI, e 12% das desenvolvedoras de softwares, segundo o IBGE.
Essa diferença não se deve porém só ao desinteresse das mulheres ou falta de habilidades técnicas. Existe todo um contexto social e histórico, de desigualdade, sobrecarga e duplas jornadas que ajudaram a construir esse cenário. Por isso, falar em combater a desigualdade na tecnologia, é falar também em combater a desigualdade de gênero no Brasil.
No quinto e último episódio da série Por Elas, Por Nós, AzMina conversou com mulheres da tecnologia que desafiaram a predominância masculina no setor. De maneira coletiva, elas articulam iniciativas de inserção de mulheres e outros grupos minorizados – como pessoas negras e LGBTQIAP+ – no mercado de trabalho tech.
“O mercado precisa de mulheres. Têm dados e provas que mostram que 12% das empresas crescem o faturamento porque mulheres estão envolvidas. Mas temos os skills da nova economia. A gente só tá recuperando o espaço perdido”, afirma Micheli Junco, co-fundadora da B2Mamy, que capacita e conecta mães ao ecossistema de inovação e tecnologia.
Além de Micheli, Dani Junco, CEO e fundadora da B2Mamy; Iana Chan, jornalista e fundadora da PrograMaria; e Nayara Brito, produtora de games e animadora 3D, contam experiências no mercado de tecnologia e falam sobre suas iniciativas na inserção de mulheres no setor.
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A websérie documental Por Elas, Por Nós traz como protagonistas mulheres que transformam o mundo, alterando o cenário de desigualdade de gênero no Brasil. São cinco episódios que tratam da ciência à arte, mostrando iniciativas de impacto tocadas por mulheres. O projeto foi produzido via PROMAC, da Secretaria de Cultura da Prefeitura de São Paulo, com patrocínio da B3 e Falconi.