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Eficientes contra o coronavírus, países governados por mulheres se destacam em políticas de igualdade de gênero

Sob liderança feminina, Alemanha, Dinamarca, Islândia, Finlândia, Noruega e Nova Zelândia ocupam as primeiras posições em ranking sobre o tema do Fórum Econômico Mundial

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No dia 27 de abril, a Nova Zelândia anunciou que conseguiu eliminar as contaminações comunitárias do novo coronavírus. No pequeno país de menos de cinco milhões de habitantes, haviam sido registrados até então 1122 casos confirmados e 19 mortes por covid-19. Liderada pela primeira-ministra Jacinda Ardern, a nação está entre algumas das mais eficientes no controle da pandemia, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, assim como Islândia, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Noruega e Taiwan. 

Coincidentemente, estes sete países são governados por mulheres e seis deles ocupam as primeiras posições entre os 144 do ranking do Relatório global sobre igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial (FEM) – vista como uma província rebelde pelo governo chinês, Taiwan não está nesta lista e não faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS). Alta escolaridade, redução da disparidade salarial entre homens e mulheres, incentivo à presença feminina nos altos escalões do governo e das empresas e garantia de licenças maternidade e paternidade compartilhadas e remuneradas são algumas das iniciativas comuns a essas nações. 

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“Acho que as mulheres são, sim, em todos os territórios, todos os contextos, em alguma medida vulneráveis, e essa intimidade que a gente infelizmente tem com a desigualdade pode gerar uma capacidade de liderança também mais conectada com a vulnerabilidade”, analisa a cientista política e ativista feminista Manoela Miklos.

No topo do ranking global de testes per capita para covid-19, a Islândia, governada pela primeira-ministra Katrín Jakobsdóttir, também é o primeiro país na lista de igualdade de gênero do FEM. E, segundo Brynhildur Heiðar- og Ómarsdóttir, secretária-geral da Associação dos Direitos da Mulher do país, um dos melhores do mundo para ser mulher, apesar de ainda enfrentar desafios como a diferença de renda entre os gêneros e violência contra as mulheres:

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“A mulher é livre na Islândia. E quando digo livre, quero dizer isso no sentido de que as mulheres têm independência econômica e liberdade política. A independência econômica é a base dos direitos da mulher. A Islândia garantiu que as mulheres possam participar plenamente do mercado de trabalho, garantindo assistência universal à infância e licença parental, dividida igualmente entre os pais. Também aprovamos leis que proíbem as disparidades salariais entre homens e mulheres e exigimos que as empresas provem que estão pagando a seus funcionários de forma igual e justa”.

Os indicativos do FEM espelham a  política de igualdade de gênero nesses países. Na Islândia, a taxa de participação das mulheres na força de trabalho chega a 85,8%, sendo 41,5% em altos cargos públicos ou privados. Na Noruega, onde 98,7% das mulheres chegam à universidades é de 98,7%, a média de renda delas é 5,5 vezes maior do que a das brasileiras – o Brasil, aliás, ocupa apenas o 92° lugar no ranking. No parlamento finlandês, 47% são mulheres e, na Dinamarca, a porcentagem de mulheres em cargos ministeriais alcança 42,9%. Único país entre os sete que não se localiza na  Europa, Taiwan, da presidente Tsai Ing-wen, também se destaca  quando o assunto é a presença feminina na política, com 41,5% de mulheres no parlamento.

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“No geral, Taiwan é um país que incentiva a igualdade de gênero. Temos a lei de igualdade de gênero no emprego desde 2002, e outras leis e regulamentos sobre igualdade de gênero na educação (2004), sobre prevenção de assédio / agressão sexual (2005) e prevenção de violência doméstica (1998). As mulheres jovens agora têm opções diferentes em suas vidas e, embora ainda existam discriminações no trabalho ou em casa, elas podem contar com proteção da lei”, explica Chou YuHsuan, secretária-geral da Fundação Awakening, que apoia as mulheres no país.  

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Confira mais dados do Fórum Econômico Mundial sobre estes países e o Brasil nos gráficos abaixo.

*Sanny Bertoldo é editora, Flávia Bozza Martins é analista de dados e Marilia Ferrari é diretora de arte da Gênero e Número. Essa reportagem faz parte da parceria d’AzMina com o Data Labe, Gênero e Número e Énois na cobertura do novo Coronavírus (Covid-19) com foco em gênero, raça e território. Acompanhe a cobertura completa aqui e nas redes e pelas tags #EspecialCovid #CovidEMulheres

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