E se seu orgasmo virasse arte? Mulheres de diferentes cidades, idades e profissões toparam o desafio e enviam relatos sobre como se sentem na hora H para a dupla de ilustradoras Mariana Degani e Verônica Alves, as Pupillas, transformar em pintura.
O projeto “Orgasmus Multiplus” convida mulheres a refletirem sobre o seu próprio prazer sexual sem tabus. Veja alguns dos textos que foram enviados e as imagens a que eles deram origem.
Orgasmus Tsunamis:
“Um orgasmo bem vivido (para mim), é como uma onda que explode.
Só que para dentro.”
Orgasmus Fundidus
“Sinto a respiração e o toque, registrada em seu olhar me sinto nua… Vejo algo além do meu alcance. A frequência cardíaca congela, paralisa e dispara. Me enche de calor, me convida a viajar… Quero imortalizar o momento. Recebo você em mim aos poucos, como que criando algo raro, sagrado, precioso. O cheiro, o toque, o sabor, o desejo são deliciosos e incontroláveis. Sei que no fundo é o que quero. Não hesito, tenho que me fundir a esse outro ser, meu amor, meu homem. Sou tua, pura, crua… Seu sorriso se reflete no meu sorriso… Cada célula do meu corpo pulsa num ritmo perfeito, mostrando como é belo o conjunto da obra: eu e você.”
Orgasmus Lunaris:
“Subi, muitas vezes, até a lua. Em algumas outras, fui transportada, arremessada, lançada para o universo sem fim, sem tempo e sem lugar, onde o corpo cumpre seu papel natural, maior e único.”
Orgasmus Deslizantis:
“Televisor ligado. Madrugada. Casa cheia. Silêncio letárgico. Sofá da sala de estar. Encostada no acento com as pernas flexionadas, recolhidas com espaço suficiente para que encaixasse alguns dedos da direita em meu clitóris. Deslizantes e acariciadores por todo meio meu. Olhos se fecham, joelhos escorregam para ambas laterais, púbis por completo relaxado. Mão esquerda ao toque dos seios por debaixo da camisa branca e mamilos molhados de minha própria saliva. Leves movimentos abdominais, delicioso formigamento de início pélvico, rapidamente percorrido pelas longas pernas que, já esticadas e apoiadas sobre o televisor, sentiam um tremor interno. A boca entreaberta soava um som de prazer silencioso. O dedo do pé desliga as imagens da tela, escurece o ambiente, o sentido das pernas desaparece por alguns minutos com uma latência incrível que faz a pélvis caminhar de olhos abertos até o quarto e debruçar-se à cama com as forças dos braços. Deita, cobre-se, fecha os olhos, sorri, estica-se e adormece com as mãos esparramadas sobre os lençóis.”
Orgasmus Suspirantis:
“Destilava o entorno da pele
A leveza do toque que desencadeava os segredos
Do corpo
Traçando o espaço entre duas almas e a carne
A busca marcada pelos membros,
A descoberta em si,
Transcender-se
Em som, respiração
Clamando a carne que chama
Diluindo a libido em um longo suspiro.”