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20 de junho de 2018

Bertha Lutz, dez anos de arte e luta em novo disco anti(cis)tema

Álbum é um relato sobre os últimos dez anos do movimento punk feminista e sua evolução, um desvio ao eixo São Paulo-Rio

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A banda Bertha Lutz é hardcore feminista, riot grrrl, dykepride, antiracista, antigordofobia e anti(cis)tema! É um relato sobre os últimos dez anos do movimento punk feminista, sobre sua evolução, um desvio ao eixo São Paulo-Rio.

Na ativa desde 2006 e construída a partir de vivências feministas, autônomas e libertárias, a Bertha Lutz lançou uma demo em 2008 e esteve em algumas coletâneas de selos autônomos, como a Reação Feminina, da Plebe Records (2009), a Manual de Resistência, da Antirecordz (2011) e a This Is What Feminism Sounds Like, da Riot Grrrl Berlin (2012). Ao completar dez anos de estrada, a banda apresenta seu mais novo trabalho, o EP Minha Resistência é Minha Revolução, um lançamento do selo paulistano Hérnia de Discos.

“Minha Resistência é Minha Revolução surgiu da necessidade de um trabalho que representasse a trajetória da banda nos últimos anos, que ainda não contava com um lançamento”.

“O disco expressa diferentes momentos da nossa vida e pra gente representa um ciclo de muita luta e crescimento. Passamos por um importante amadurecimento político, aprendemos a dar o nome daquilo contra o que lutamos (a misoginia, a LGBTfobia, o racismo, a gordofobia e outros tantos) e tudo isso se refletiu de maneira muito positiva na nossa música”, diz Debris Oliveira.

Formada por Bah Lutz (voz), Rafa Araújo (baixo/voz), Gabi Araújo (guitarra), Debris Oliveira (guitarra/voz) e Carol Victoriano (bateria), em Belo Horizonte, o grupo vê na música a melhor forma de expressar suas visões de confronto, trazendo para os palcos o necessário embate contra o patriarcado.

Com letras em português, cada faixa de Minha Resistência é Minha Revolução (que reúne seis inéditas e a regravação de uma música lançada em 2011) nos faz refletir sobre nossos dias, nossas lutas, nosso privilégio branco através de um hardcore nervoso, vocal forte e provocador. Destaque para Sangue Negro que propõem um ataque incessante às formas de violência estruturais e uma constante autocrítica em relação às práticas que contribuem para a manutenção dos sistemas de opressão.

Mas elas não deixam de lado a alegria, a celebração e o desejo de compartilhar afeto.

Esse álbum foi uma conquista obtida por meio de uma campanha de financiamento coletivo.

“Tivemos muitas surpresas boas nesta experiência de gravar o primeiro disco autoral em tanto tempo. Uma campanha de financiamento que superou as expectativas. Rolou um engajamento muito massa e graças a isso conseguimos bater a meta nos últimos dias! Foi um empenho coletivo mesmo!”, nos conta Gabi.

Nos últimos dez anos, revela Bah, “conhecemos muitas bandas e hoje vemos que houve uma abertura em relação àquelas que se identificam com o feminismo, com o riot grrrl e com os espaços construídos por minas, sapas e trans. Há 10 anos, era menor o número de bandas que se identificavam como feministas. Hoje sabemos que este movimento tem um alcance muito mais amplo, o que se reflete, por exemplo, em uma maior diversidade no público e na produção musical. Atualmente vemos um cenário bem aquecido, com vários espaços, festivais e produções diferentes.”

Gravado, mixado e masterizado entre abril e maio deste ano por Helena Duarte, no estúdio Mestre Felino, em Mogi das Cruzes (SP), o disco abrange diferentes fases dos últimos anos da banda e celebra as parcerias, as vitórias e as amizades que permanecem ao longo de uma década, marcando o início de um novo ciclo de hardcore, resistência feminista e trazem com elas todas nós!

Ouça o álbum em primeira mão:

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* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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