logo AzMina

O que define sexo masculino ou feminino?

Na estreia do podcast Corpo Especulado, parceria entre AzMina e 37 Graus, mostramos como sempre existiram pessoas cujos corpos não se encaixam em uma das duas caixinhas

Nós fazemos parte do Trust Project

O que define se um corpo é considerado do sexo masculino ou feminino? Pode parecer uma pergunta boba, mas se você parar para pensar vai perceber que a resposta é mais complexa do que imaginamos. Seria a presença de vulva ou pênis? E então uma pessoa com pênis que engravida ainda seria do sexo masculino? Talvez então seriam as gônadas, ovário e testículo? Mas e quem tem os dois? A capacidade de ter filhos? Então uma mulher que precisou retirar o útero deixa de ser do sexo feminino? Melhor considerar os hormônios? Ou talvez os cromossomos? Mas e quem é XXY?

Costumamos ouvir que gênero é a identidade, ligada à construção social, e que ele pode ser espectral (passando por homem, mulher, até gênero fluído ou pessoas não binárias), enquanto sexo se trata das características biológicas, que só podem entrar em duas caixinhas: homem ou mulher. Mas a verdade é que o sexo não é tão simples assim e pode também ser uma construção.

Afinal, sempre existiram corpos com características que não são consideradas 100% masculinas, nem femininas. São as pessoas intersexo, e elas podem apresentar uma enorme gama de variações que vão desde a aparência externa dos genitais, até os cromossomos. E os cientistas sempre souberam que essas pessoas existiram, apenas escolheram não considerar esta diversidade na categorização dos sexos possíveis.

Leia mais: “Não é só o gênero que é socialmente construído, o sexo biológico também”

No episódio de estreia do podcast Corpo Especulado, uma parceria entre AzMina e 37 Graus, com apoio do Instituto Serrapilheira, contamos como a relação da ciência com os corpos intersexo foi construída ao longo da história e como isso afeta de maneira concreta a vida de pessoas reais até hoje. Ouça aqui!

O podcast vai ao ar às quartas-feiras e nos próximos episódios vamos apresentar outros lados da conflituosa relação entre a ciência e o corpo feminino, passando por temas como prazer, dor, loucura e cirurgias plásticas. Se inscreva no canal para não perder nenhum deles.

E aqui você pode conferir a transcrição e audiodescrição do primeiro episódio.

o que define o sexo_corpo especulado01

Fontes entrevistadas para esse episódio:

Thais Emília de Campos dos Santos, escritora e doutora em educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e mãe de Jacob

Dionne Freitas, Diretora de Direitos Humanos e Ativismo da ABRAI

Magnus Régios Dias da Silva, doutor em endocrinologia e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), parte do atendimento multiproffisional e transdisciplinar para pessoa Trans e Intersexo da Unifesp 

Ana Arnt, bióloga, doutora em educação, é professora do departamento de genética, evolução, microbiologia e imunologia, do Instituto de Biologia (DGEMI/IB) da UNICAMP 

Para saber mais:

Sexying the Body, livro de Anne Fausto Sterling 

 Associação Brasileira Intersexo 

Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), Nº 1.664/2003, sobre atendimento a pessoas intersexo

Provimento do Conselho Nacional de Justiça de 2021 sobre o campo “sexo ignorado”

Jacob(y), “entre os sexos” e cardiopatias, o que o fez Anjo; livro de Thais Emília

Agradecimento

Amiel Vieira, sociólogo e ativista intersexo

Expediente:

A série Corpo especulado é uma parceria entre a revista AzMina e o podcast 37 Graus, produzida com o apoio do Instituto Serrapilheira. Esse episódio foi apresentado por Helena Bertho e Sarah Azoubel. A produção desse episódio é de Helena Bertho. A equipe de pesquisa, produção e roteiro dessa série também conta com Joana Suarez, Marília Moreira e Bia Guimarães. A edição de som é de Bia Guimarães, a trilha sonora é de Marianna Romano, e as artes de capa são de Bárbara Miranda e Giulia Santos. A transcrição é de Renata Zioli Dias.

Faça parte dessa luta agora

Tudo que AzMina faz é gratuito e acessível para mulheres e meninas que precisam do jornalismo que luta pelos nossos direitos. Se você leu ou assistiu essa reportagem hoje, é porque nossa equipe trabalhou por semanas para produzir um conteúdo que você não vai encontrar em nenhum outro veículo, como a gente faz. Para continuar, AzMina precisa da sua doação.   

APOIE HOJE