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Guia de investimentos para todas – e não, não precisa ser boa de matemática

Investir pode ser um caminho para a independência financeira. Mas antes de diversificar é necessário ter clareza quanto ao destino que você dará ao dinheiro

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Foto: Fabian Blanck

N ão precisa ser de exatas, não precisa reviver seus traumas com a matemática, não precisa nem mesmo entender como funciona a bolsa de valores ou acompanhar as oscilações do dólar. Planejamento financeiro e investimento pessoal são itens básicos na agenda de uma mulher e vamos te mostrar que não é tão complicado quanto parece.

Para a engenheira e coach financeira, Mirna Borges, investir pode ser um caminho para a independência financeira e realização de projetos. Às que estão começando, Mirna recomenda dois primeiros passos: “Precisa buscar conhecimento. Hoje é possível encontrar muito conteúdo gratuito em blogs e também em canais do youtube. No meu canal no YouTube eu lancei a série ‘Investimentos’ justamente para ajudar pessoas que são iniciantes e mostrar que não é preciso ser bom em matemática para saber investir”, diz Mirna.

“Antes de diversificar é necessário ter clareza quanto ao destino que você dará ao dinheiro, quantos meses poderá deixá-lo aplicado e qual o seu perfil de investidora”, recomenda Mirna.

Por onde começar?

Se você já tem algumas economias na poupança, pode começar olhando qual foi seu rendimento nesta calculadora do Banco Central. Em 2015, por exemplo, com uma inflação de 10,7% e o um rendimento de 8% na poupança, quem tinha dinheiro na caderneta teve seus rendimentos corroídos pela alta dos preços.

As alternativas mais conhecidas e recomendadas à poupança são o Tesouro Direto e os Certificados de Depósito Bancário (CDB). Explicamos.

No fundo, é tudo uma questão de, em vez de você pegar dinheiro emprestado do banco, o banco ou governo pegarem dinheiro emprestado de você.

Comprar um papel do Tesouro é um investimento que funciona como se você emprestasse dinheiro ao governo – e ele te pagasse juros por usar a sua grana. Uma pessoa compra um título da dívida pública e recebe depois de um prazo de vencimento do papel o valor investido mais as taxas de rentabilidade, ou seja, os juros pelo dinheiro emprestado aos cofres públicos.

O governo utiliza esses recursos para financiar seus gastos. Não é possível comprar um título do Tesouro por conta própria, o investidor precisa procurar uma corretora, mas muitas delas cobram taxa zero. Você pode encontrar a lista completa e as taxas aqui.

Ao contrário da poupança, existe imposto de renda sobre os investimentos do Tesouro e do CDB, mas como os rendimentos são maiores, muito provavelmente vale a pena fazer a transição. Você pode fazer uma simulação aqui e conferir se este é o seu caso. Teste diferentes títulos e prazos para uma mesma quantia e não esqueça de escolher uma corretora ou banco que não cobre taxas de administração muito altas, porque isso pode acabar com as vantagens do Tesouro Direto.

Outra opção é o CDB, que funciona como um empréstimo para o banco. Você escolhe um banco e deposita a quantia mínima, que varia em cada instituição. No momento da contratação, é combinado um prazo para que o dinheiro fique aplicado. Quando o prazo terminar, o cliente retira, além do dinheiro que depositou, a quantia que ele rendeu.

Assim como no caso da poupança, mesmo se o banco quebrar, qualquer investimento de até R$ 250 mil têm o reembolso garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito, do Banco Central.

E depois?

Quando falamos em investimentos, muita gente ainda pensa em corretores de bolsa preocupados com cada oscilação do dólar ou atentos o dia todo à bolsa de valores. Não precisa ser assim.

No Tesouro Direto ou no CDB os rendimentos entregues ao final do período serão os prometidos assim que você comprou o título. Por exemplo, se você escolher o Tesouro Prefixado 2020, ao final deste prazo, você vai receber um rendimento anual de 9,88% (descontados impostos e taxa da corretora, se houver).

A maioria dos títulos têm um prazo pré-determinado para resgate, mas o Tesouro ainda dá ao investidor a opção de vender os títulos antes do seu vencimento. Nesse caso, os preços vão oscilar junto com o mercado e você pode perder ou ganhar com a venda, a depender se seu título se valorizou ou não. Se não tem certeza de quando vai precisar resgatar esse valor, o Tesouro Selic, que oscila junto com a taxa de juros básica determinada pelo Banco Central e que pode ser resgatado a qualquer momento, é a opção mais indicada.

Saiba mais sobre cada título do Tesouro aqui.

Mas e se não sobrar $ no fim do mês?

Não espere o fim do mês. Assim que os primeiros reais caírem na conta, separe ao menos 10%. Fez falta? É hora de analisar quais são seus gastos e onde é possível cortar.

Aplicativos de controle financeiro (como Wallet ou Toshl) ou a boa e velha tabela de gastos podem te ajudar a encontrar onde é possível fazer cortes.

A economista Ingrid Bath também destaca a necessidade de definir metas de curto, médio e longo prazo, o que pode, inclusive, ajudar na hora de economizar. “Poupar deveria ser prioridade, não trocar de carro todo ano ou ter sempre a televisão mais recente”, afirma.

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