logo AzMina

Copa do Mundo: como estavam as mulheres enquanto o Brasil era campeão mundial?

AzMina fez uma linha do tempo para relembrar conquistas e derrotas da luta das mulheres enquanto a seleção brasileira levava o troféu para casa

Nós fazemos parte do Trust Project

Vinte anos de espera e não deu para o Brasil de novo. O sonhado Hexa não chegou. Mas, independentemente do resultado, a gente sabe que a discussão sobre futebol precisa sair do campo, afinal de contas também é política. O maior torneio do mundo aconteceu no Qatar, um país que submete as mulheres a uma tutela masculina e só se importa com o desejo delas se um homem autorizar. Mas, se o melhor sinônimo que encontraram para isso foi: “Copa da Vergonha”, a gente precisa lembrar que as histórias do mundial e das mulheres carregam as marcas de outras derrotas. 

Em 1958, quando a seleção brasileira levantou o primeiro troféu do mundial, mulheres, que formaram o primeiro time feminino brasileiro, o Araguari, foram proibidas de continuar no esporte. O motivo? Uma lei aprovada em 1941 que dizia que o esporte era considerado incompatível com a natureza feminina. A lei entrou em vigor prática quando as jogadoras passaram a receber convites para jogar fora. Foi só fazerem sucesso, que a tesoura veio. 

Mas esse não foi o único retrocesso que as mulheres viveram enquanto a seleção brasileira era campeã do Mundial. AzMina fez um mergulho na história para contar como estavam os direitos das mulheres enquanto o Brasil conquistava títulos. Assista nesse vídeo

Há 50 anos, as mulheres brasileiras também não podiam ter cartão de crédito ou pegar um empréstimo sem um homem para assinar por elas. E o Brasil já tinha sido campeão e sede da Copa do Mundo. No ano em que a seleção foi tricampeã, mulheres foram mortas e perseguidas pela ditadura. Elas eram consideradas duplamente transgressoras, primeiro porque desafiavam a ordem vigente, depois, porque se afastavam do papel da mãe e da dona de casa. No campo, a bola rolava solta. 

Essa diferença entre direitos e liberdades para homens e mulheres, aparece o tempo todo na história do futebol mundial – não só dentro das partidas, com jogadoras como Marta recebendo um reconhecimento aquém do que merece, mas também tolerando que eventos mundiais, que deveriam ser acolhedores, aconteçam em países que, por princípio, não são. Entender que a Copa do Mundo de 2022 no Qatar não foi um evento pontual, mas parte de uma cultura, nos ajuda a lutar e reivindicar para que, em 2026, as vitórias não sejam só das seleções, mas das mulheres. 

Assista o vídeo para descobrir como estavam as mulheres enquanto o Brasil ganhava as copas mundiais. 

Leia mais: Times encerrados e salários atrasados: os efeitos da pandemia no futebol feminino brasileiro – AzMina

Faça parte dessa luta agora

Tudo que AzMina faz é gratuito e acessível para mulheres e meninas que precisam do jornalismo que luta pelos nossos direitos. Se você leu ou assistiu essa reportagem hoje, é porque nossa equipe trabalhou por semanas para produzir um conteúdo que você não vai encontrar em nenhum outro veículo, como a gente faz. Para continuar, AzMina precisa da sua doação.   

APOIE HOJE