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Complicadas demais para serem estudadas?

No quarto episódio do podcast Corpo Especulado, mostramos como a exclusão de mulheres e cobaias fêmeas das pesquisas criou grandes lacunas no conhecimento científico, uma delas é a dor.

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Por muito tempo, as cobaias fêmeas foram excluídas de grande parte dos estudos de fisiologia. Era comum pensar (e ainda é) que introduzi-las traria uma complicação desnecessária para as pesquisas. Afinal, para que bagunçar os resultados com a variação dos ciclos hormonais do sexo feminino? 

Muito do conhecimento sobre o funcionamento do organismo humano foi construído, portanto, com base em estudos que só usaram cobaias machos, no caso das pesquisas com animais, ou indivíduos do sexo masculino. O que deixou grandes lacunas quando se trata do entendimento das diferenças entre os sexos. 

Afinal, quais processos funcionam de modo diferente nos corpos femininos? E por que sabemos tão pouco sobre doenças que parecem afetar mais as mulheres? 

Em um desses buracos está a fibromialgia, uma síndrome de dor crônica em que 70 a 90% dos pacientes são do sexo feminino. No quarto episódio do podcast, olhamos para como os vieses da ciência e os estereótipos de gênero causam impactos que vão da bancada dos laboratórios até a clínica médica.  

Corpo especulado é uma série sobre a relação conflituosa entre a ciência e o corpo feminino. O podcast vai ao ar às quartas-feiras e nos próximos dois episódios vamos falar de prazer e beleza. Se inscreva no canal para não perder nenhum deles.

Aqui você pode conferir a transcrição e audiodescrição do quarto episódio.

Entrevistados nesse episódio: 

Jeffrey Mogil, neurocientista e professor da Universidade de McGill, no Canadá. Estuda os mecanismos fisiológicos e comportamentais da dor. 

Mariana Arias Avila, fisioterapeuta e professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pesquisadora na área de dor crônica e saúde da mulher. 

Bárbara Paes, doutora em biologia molecular e uma das integrantes do podcast de divulgação científica Dragões de Garagem. Foi diagnosticada com fibromialgia em 2017.

Também foram consultados durante a produção do episódio o cientista Lucas Vasconcelos Lima (pós-doutorando na Universidade de McGill), a professora Rita Cássia Dornelles (pesquisadora da Universidade Estadual Paulista) e a reumatologista Alessandra Braz (Sociedade Brasileira de Reumatologia).

Para saber mais:

O site do laboratório do prof. Jeffrey Mogil explica mais as pesquisas do grupo sobre a diferença entre os sexos nos mecanismos da dor. 

A Sociedade Brasileira de Reumatologia traz mais informações sobre a fibromialgia. 

Texto de Bárbara Paes sobre sua relação com a dor e a fibromialgia, que conta com ilustrações das sensações criadas com a ajuda de inteligência artificial.

Leia mais: Endometriose: Sentir dores intensas na menstruação não é normal

EXPEDIENTE:

A série Corpo Especulado é uma parceria entre a revista AzMina e o podcast 37 Graus, produzida com o apoio do Instituto Serrapilheira. Esse episódio foi apresentado por Helena Bertho e Sarah Azoubel. A produção é de Sarah Azoubel. A equipe de pesquisa, produção e roteiro da série completa também conta com Bia Guimarães, Joana Suarez e Marília Moreira. A edição de som é de Bia Guimarães, a trilha sonora é de Marianna Romano, e as artes de capa são de Bárbara Miranda e Giulia Santos. A transcrição é de Renata Zioli Dias. 

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