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Elas te ensinam a empreender – e a fazer parte de um movimento de mulheres que só cresce

Durante esta semana, AzMina contará histórias de mulheres que se aventuram no mundo do empreendedorismo, com objetivo de divulgar os seus serviços e encorajar mais mulheres a criar o seu próprio negócio

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H á um crescimento entre as mulheres que empreendem no mundo todo, e esse número só tende a aumentar. Segundo o “Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas” de 2014/5, o mais recente do Sebrae, a taxa de empresárias entre as mulheres cresce a um ritmo de 1,4% ao ano, quase o dobro da taxa de crescimento do número de homens (0,8% ao ano). As mulheres são 31,1% do total de 23,5 milhões de empreendedores existentes no Brasil.

O que leva as mulheres a abrir um negócio? Entre os prinicipais motivos encontram-se a falta de tempo com a família, maternidade, motivações financeiras, busca de uma segunda fonte de renda, ou insatisfação com o mercado tradicional. Porém, também há várias empreendedoras jovens com o desejo de fazer a diferença no mercado.

Segundo Ana Lúcia Fontes, empreendedora e fundadora da Rede Mulher Empreendedora, o empreendedorismo ainda carrega estereótipos de que os negócios são categorizados como masculinos ou femininos, e que mulheres só poderiam gerir empresas das áreas em que elas possuem experiência ou em “áreas de domínio feminino”; mas, na verdade, ninguém duvida da gestão de um homem, qualquer que seja o serviço que ele ofereça.

O que leva as mulheres a não abrir um negócio? A principal razão é que, na maioria dos lares, a mulher ainda é a maior responsável pelos filhos e pela casa, obrigando-a, caso abra um negócio ou apenas trabalhe fora, a ter uma dupla jornada de trabalho. Durante a educação, elas são menos incentivadas a serem chefes e têm menor autoconfiança. Falta apoio em grande parte dos círculos familiares, o que causa a insegurança delas para dar início, sozinhas, a um negócio próprio.

Além disso, existe a ideia de que existe um comportamento específico de chefe que a mulher não consegue imitar (tipo, sério?), o clássico estereótipo associado à figura forte, séria, rigorosa, focada, entre outras. E mesmo a mulher que se mostra assim é extremamente criticada e terá de enfrentar muitos preconceitos para se estabilizar emocionalmente no cargo.

Um estudo do instituto americano GEDI (Global Entrepreneurship Development Institute) mostra que menos de 10% das empresas geridas por mulheres recebem investimento externo. Katerine Pavloski, uma das sócias do M’Ana Manutenção, sente esse déficit na pele: “As mulheres têm que enfatizar o seu trabalho mil vezes mais para serem notadas como eficientes”, conta. Já Buh D’Angelo, da InfoPreta, afirma ter tido que impor o que queria para que fosse respeitada.

Grupos como o Rede Mulher Empreendedora (RME), Empreendedorismo Rosa e o próprio SEBRAE têm colocado a questão do empreendedorismo feminino em pauta e incentivado cada vez mais mulheres a abrirem seu próprio negócio. Para isso, é fundamental dar voz a essas mulheres, espalhar suas histórias e aumentar a representatividade nos diferentes setores, como economia, política e educação, alcançando e capacitando cada vez mais novas vozes femininas.

A RME promove ações de conteúdo e capacitação, entre palestras e workshops, com uma linguagem acessível a qualquer interessada em abrir um negócio, através de uma rede de empreendedoras voluntárias dispostas a trocar experiências. Ana, uma das fundadoras da Rede, criou o negócio social porque queria dividir as situações que ela mesma viveu em seu empreendimento e ensinar outras mulheres através da sua vivência. Hoje, sete anos depois, já são 300 mil empreendedoras inscritas, atendidas por 40 voluntárias no Brasil todo. A principal ideia é que as novas empreendedoras possam criar o seu círculo de contatos na área.

“Muitas mulheres que se conheceram através da Rede, hoje são sócias nos negócios”, afirma Ana.

Fortalecer as mulheres é cada vez mais importante, além de ser o principal objetivo da Revista AzMina. Por isso, durante esta semana, AzMina contará histórias de mulheres que se aventuram no mundo do empreendedorismo, com objetivo de divulgar os seus serviços e encorajar mais mulheres a criar o seu próprio negócio.

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