logo AzMina
23 de maio de 2016

Deputados contrários ao uso do nome social por trans usam nomes sociais

Nome social é só um primeiro passo para o reconhecimento efetivo do nosso direito de existir. De que lado você está nessa luta?

Nós fazemos parte do Trust Project

Nome social não é invenção de travestis e transexuais. Um monte de gente tem, mas na maioria dos casos ninguém nem se dá conta. O que é Tiririca, Guga, Maguila, Netinho, Lula e Xuxa senão nomes sociais? Não é o nome com que nasceram, mas isso não impede essas pessoas de, entre outras coisas, se candidatarem a cargo público usando esses nomes (e isso inclusive nas urnas, pois foi na palavra “Tiririca” que mais de um milhão de eleitores votaram, não em Francisco Everardo Oliveira Silva).

Mas mesmo o nome social sendo algo usado por todo tipo de pessoas, quando somos nós, transexuais, que reivindicamos esse direito, aí acham absurdo…

Prova disso é o fato de 29 deputados estarem se articulando para anular o decreto 8.727 de 28 de abril de 2016, que concede às pessoas trans o direito de usarem o nome social no âmbito das instituições públicas federais. Muda alguma coisa que seis desses 29 deputados fazerem uso do nome social no exercício de seus cargos públicos (Tia Eron por exemplo, deputada federal baiana)?

Travestis e transexuais mais do que ninguém sabem da importância do Estado reconhecer oficialmente o nome social, porque o nome é uma das formas mais potentes de nos violentarem e excluírem da sociedade. Quanto policial não pede o RG só pra nos humilhar usando o nosso nome civil? Quantas pessoas trans não abandonam a escola por não poderem ser tratadas pelo nome social? Quantas, pelo mesmo motivo, não deixam de ir ao médico, ao banco ou a outros lugares importantes onde a gente precisaria apresentar documentos?

Nome social é só um primeiro passo para o reconhecimento efetivo do nosso direito de existir. De que lado você está nessa luta? Poste sua foto com a frase e a hashtag #NomeSocialÉDireito, não importa se você é trans ou não. Ajude-nos a reagir a esse ataque e defender esse direito!

* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Faça parte dessa luta agora

Tudo que AzMina faz é gratuito e acessível para mulheres e meninas que precisam do jornalismo que luta pelos nossos direitos. Se você leu ou assistiu essa reportagem hoje, é porque nossa equipe trabalhou por semanas para produzir um conteúdo que você não vai encontrar em nenhum outro veículo, como a gente faz. Para continuar, AzMina precisa da sua doação.   

APOIE HOJE