Em abril de 2015, foi sancionada uma lei em São Paulo e no Rio de Janeiro que prevê multa para quem impedir uma mãe de amamentar seu filho, em qualquer local público ou privado. Porém, ainda ocorrem situações constrangedoras e até discriminatórias contra essa prática tão natural – e o Facebook é um dos maiores vilões desta história. Mariana Ramos é membro do projeto coletivo CriaTua que estimula o aleitamento materno e recentemente teve algumas de suas fotos bloqueadas em sua página do Facebook.
“Temos o direito sobre nossos corpos. Muitas já foram barradas na hora de amamentar (na vida real e nas redes), comigo mesmo um casal já mudou de mesa quando fui amamentar minha filha num restaurante”
O projeto tem como principal objetivo falar sobre maternidade real, sem romantizações. O grupo, com mais de 70 mães, se reúne em vários espaços culturais de Brasília, quase toda semana. Elas compartilham uma rede de apoio mútuo e também de troca de experiências. Tudo começou com algumas amigas que se conheceram em aulas de ginástica para gestantes. “A gente sempre comentava que existem muitas coisas nesse universo que ninguém conta”, afirma Mariana.
A ajuda coletiva vai de temas como amamentação, questões psicológicas, feminismo, educação das crianças, entre outras pautas. O coletivo criou duas hashtags após o ocorrido na página no Facebook, a #NoPeito e #AmamentoSim; e também se juntaram ao #MeuCorpoMinhasRegras. O site reúne fotos e depoimentos das mães participantes, junto à outras fotos produzidas pela fotógrafa Fernanda Ottoni.
Segundo elas, ninguém tem o direito de julgar uma mãe que escolhe parar de trabalhar para cuidar exclusivamente dos filhos, e nem a mãe que os deixa sob os cuidados de outras pessoas para tal. Ninguém te ensina a ser mãe e nem há um método de ser uma mãe boa ou ruim. Amamentar não é vulgaridade, não precisa ser escondido.