logo AzMina

Dez mulheres gabaritadas que Temer poderia ter nomeado como ministras

Argumento de que ministros não são decididos por gênero mas por mérito é machista por presumir que mulheres não têm mérito ou competência à altura da vida política

Nós fazemos parte do Trust Project

Esclarecemos que o objetivo desta lista não é exigir que Temer nomeie as mulheres aqui citadas. É provar que há mulher de tudo que é etnia, pra tudo que é gosto, ideologia e história política (ou na área técnica). Se não tem mulher nos ministérios não é por nenhum desses critérios, é só por uma razão: machismo e preconceito.

Além de presidente novo, o Brasil hoje amanheceu com a notícia de que, de 21 ministros a serem nomeados por Michel Temer, NENHUM é mulher. Repito: ZERO MINISTRAS. Ele será o primeiro presidente desde de Ernesto Geisel (1974-1979) a não incluir ninguém do sexo feminino no governo federal. Aqueles que acham que representatividade na composição do governo não importa, alegam que os nomes foram decididos com base em mérito e não em gênero. O que não percebem, no entanto, é o quanto esse argumento é machista: ele pressupõe que nenhuma mulher teria mérito ou competência à altura da vida política.

Nada poderia ser menos verdadeiro. E para provar isso, criamos aqui uma lista de mulheres com capacidade e experiência mais que necessárias para dirigir ministérios no Brasil – muitas deles com bem mais competência que os homens nomeados em seu lugar. Não criamos essa lista considerando a sujeira da distribuição de cargos dentro do partido do novo presidente e aliados, mas na pura e simples competência para o cargo sugerido. São dez nomes, para provar que seria possível chegar ao menos perto do equilíbrio 50-50%, se a seleção deixasse de lado a troca de favores e o machismo.

AzM_vaquinha_bullet_1Suzana Herculano-Houzel – Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicaçõesbrasileira

Essa sabe comunicar e entende horrores de ciência e tecnologia. Suzana tem seis livros publicados e já fez programa no Fantástico e teve coluna na Folha de São Paulo, tudo para tornar ciência e tecnologia assuntos mais acessíveis. É neurocientista e dirige o Laboratório de Neuroanatomia Comparada na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

AzM_vaquinha_bullet_2Soninha Guajajara – Ministério do Meio Ambiente

sonia_guajajara_congresso

Coordenadora-executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia é uma das principais vozes do movimento indígena nacional. E quem melhor que os indígenas brasileiros para defender nossas florestas? Integrante do povo Guajajara, do Maranhão, formou-se em letras e enfermagem e já representou indígenas brasileiros em vários eventos internacionais, como a Conferência do Clima em Paris, em 2015.  No mesmo ano, foi premiada com a Ordem do Mérito Cultural, do Ministério da Cultura.

AzM_vaquinha_bullet_3Cláudia Costin – Ministério da Educação e Cultura

maxresdefault-2

Cláudia é mestre em economia e doutora em administração, professora universitária e gestora pública. Já foi, inclusive, ministra da Administração e Reforma no governo Fernando Henrique Cardoso, que é de partido aliado ao de Temer. Como educadora, passou por IBMEC, Fundação Armando Álvares Penteado, Fundação Getúlio Vargas e as universidades PUC-SP, Unicamp, Unitau e UnB.

AzM_vaquinha_bullet_4

Sueli Carneiro – Ministério da Educação e Cultura

maxresdefault

Sueli é doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e criadora de diversos programas culturais que promovem a igualdade racial e de classes. Além de ser a fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, já fez parte do Conselho Estadual da Condição Feminina e do Conselho Nacional da Condição Feminina, ambos cargos políticos.

AzM_vaquinha_bullet_5Chieko Aoki – Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão

Chieko-Aoki-01-1366x768

Chieko é um monstro da economia e da gestão. Ela é fundadora e presidente da rede Blue Tree Hotels. Em dez anos, transformou a rede em uma das maiores cadeias hoteleiras do país e benchmark em excelência de serviços no setor – imagine o que ela não faria pelo país.

AzM_vaquinha_bullet_6

Luiza Trajano – Ministério da Fazenda

luiza-helena-trajano

Se o povo quer empregos e movimentação econômica, porque não entregar a máquina nacional nas mãos de uma empresária gabaritada como Luiza? À frente da Magazine Luiza, ela criou um império do varejo que mobiliou quase todas as casas do Brasil! Tem 36 milhões de clientes como presidente da companhia e, apesar do histórico familiar, soube conferir ao Grupo Magazine Luiza uma gestão de altíssimo nível e muito lucrativa.

AzM_bullet_7Benedita da Silva – Ministério das Cidades

benedita-da-silva

Tem carreira política de sucesso e já foi governadora do Rio de Janeiro. É formada como auxiliar de enfermagem, e tem diploma universitário no curso de Serviço Social. Sua experiência gerindo o Rio certamente a torna capacitadíssima para o Ministério das Cidades.

AzM_bullet_8Marta Suplicy – Ministério das Cidades

Plenário_do_Congresso_(16167207313)

Uma outra opção para o mesmo Ministério, para responder àqueles que dirão “Temer nunca nomearia Benedita pois ela é do PT” é Marta Suplicy, que já foi prefeita de São Paulo e pertence ao mesmo partido do presidente, o PMDB. Também foi deputada federal, ministra do Turismo, ministra da Cultura e a primeira mulher vice-presidente do Senado Federal.

AzM_bullet_9Maria Luiza Viotti – Ministério das Relações Exteriores

maria-luiza-viotti-Brazil-President

Em 2009, Maria Luiza tornou-se a mais importante mulher da história da diplomacia brasileira ao representar o Brasil no órgão decisório máximo das Nações Unidas, o Conselho de Segurança. Hoje Maria Luiza é embaixadora do Brasil na Alemanha. Imagine que bela chanceler daria!

AzM_bullet_10

Luiza Erundina (PSOL) – Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário

luiza

Tá, a gente sabe que nem ele convidaria, nem ela toparia, mas uma garota pode sonhar, vai! Erundina é uma das mulheres de mais fibra da política brasileira.  Assumiu seu primeiro cargo público em 1958, como Secretária de Educação de Campina Grande, na Paraíba, seu estado de origem. Foi perseguida e combateu a ditadura militar. Participou da fundação do PT, mas soube cair fora quando a coisa começou a desvirtuar. Em 1982 elegeu-se vereadora da cidade de São Paulo, quatro anos depois, foi eleita deputada estadual e em 1988, prefeita da maior cidade da América Latina, São Paulo, sendo a primeira mulher a assumir o cargo. Foi ministra da Secretaria da Administração Federal, no governo Itamar Franco. Hoje é deputada federal.

 

 

Faça parte dessa luta agora

Tudo que AzMina faz é gratuito e acessível para mulheres e meninas que precisam do jornalismo que luta pelos nossos direitos. Se você leu ou assistiu essa reportagem hoje, é porque nossa equipe trabalhou por semanas para produzir um conteúdo que você não vai encontrar em nenhum outro veículo, como a gente faz. Para continuar, AzMina precisa da sua doação.   

APOIE HOJE