As Olimpíadas estão chegando e, com elas, a questão da prostituição volta ao radar do poder público e das feministas. Afinal, a prostituição é uma profissão que implica um saber específico e deve ser valorizada como qualquer outra ou um ato de exploração machista do corpo da mulher estimulado pelo capitalismo? Para combater as violências a que as prostitutas são submetidas dia a dia, devemos regulamentar a prostituição e educar os homens para que sejam clientes melhores ou criminalizar a demanda, o cliente, e coibir a busca por este tipo de serviço como fez a Suécia?
A equipe da Revista AzMina não tem consenso sobre a questão mas tem uma convicção: este debate deve ser feito com respeito e colocando as profissionais do sexo no centro do palanque. Temos, em nosso time, duas mulheres que já exerceram o ofício, Amara Moira e Luísa Marilac. As duas são travestis e, apesar de terem vivido experiências distintas e Marilac afirmar que prefere não se prostituir mais, ambas acreditam que a regulamentação é o melhor caminho para as mulheres que caem neste mundo, por escolha ou falta dela, ficarem mais protegidas.
Mas achamos justo dar voz também a quem pensa diferente e, por isso, além do depoimento de uma ex-prostituta que se opõe à regulamentação, convidamos a Marcha Mundial das Mulheres para expressar seu ponto de vista. O contraponto é feito pela CUTS (Central Única de Trabalhadoras e Trabalhadores do Sexo).
Esperamos que nós todas saíamos desta discussão enriquecidas e, acima de tudo, que o exercício de ouvir o outro nos ensine a debater com respeito numa era de ódio cibernético.
Da Redação
Leia nosso debate
Depoimentos
A favor: “O feminismo precisa aceitar as prostitutas”
Contra: “Prostituta não oferece serviço, prostituta é o produto”
Artigos
A favor: CUTS: “Não queira saber mais sobre prostituição do que as próprias prostitutas”
Contra: Marcha Mundial das Mulheres: “A prostituição faz da mulher objeto e não cidadã”