Saiba como o racismo afeta as mulheres dentro de consultórios, clínicas e hospitais

Racismo na saúde

Ofensas explícitas, diagnósticos imprecisos e procedimentos desnecessários fazem pacientes negras e indígenas evitarem consultas e tratamentos.

São recorrentes também “elogios” ofensivos, falta de escuta à queixa, recusa de anestesia, além de falas que pressupõem que a raça determina questões de saúde.

Você é mais resistente a dor

Negro tem sangue ruim

Esse é um mal da raça

Não precisa de anestesia

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“Estava grávida de gêmeas idênticas, mas a obstetra não sabia, pois não solicitou ultrassonografia. Tive parto prematuro e perdi uma menina. Gestante de alto risco com  pré-natal de baixa qualidade por ser negra, tive sorte de não morrer, pois sou hipertensa”

I.L., 64 anos

Além das consequências na saúde física, há também efeitos psicológicos graves.  A consulta vira sinônimo de medo e ansiedade.

E mais: a figura do médico como ‘autoridade máxima’ dentro dos consultórios e clínicas faz com que as pacientes não se sintam no direito de questionar o profissional.

“Na hora você se sente impotente, o médico está naquela posição de que sabe tudo sobre o corpo humano. Então se ele está subestimando a minha dor, logo penso que não deve ser mesmo coisa séria”

Letícia Pereira, advogada, 32 anos

Dados de uma pesquisa com mais de 100 relatos feita pela Revista AzMina mostra que as especialidades com maior ocorrência de racismo são: 

ginecologia clínica dermatologia obstetrícia

Enfrentar o racismo na saúde passa por ações de educação e de responsabilização dos profissionais e instituições envolvidas nesses casos.

“O racismo na saúde é fruto de uma questão ideológica, da crença de que alguns merecem um atendimento de menos qualidade que outros, e isso demanda que as pessoas denunciem e que os profissionais e instituições sejam responsabilizados”

Lúcia Xavier, assistente social e coordenadora da ONG Criola