Cocô:  um tabu feminino

SAÚDE

Gases, inchaço, sensação de peso, fezes endurecidas ou ressecadas… No mundo ocidental,  a cada cinco mulheres, três têm prisão de ventre

66% das pessoas lidam com problemas intestinais

foi o que descobriu uma pesquisa da Federação Brasileira de Gastroenterologia, com 3.029 entrevistados, em 2012.

“Meu intestino é doméstico. Só funciona na minha casa”

Elena*, de 28 anos

“Na TPM, chego  a ficar uma semana sem ir ao banheiro. Quando a menstruação chega, porém, meu organismo dá uma ‘limpada’, consigo fazer até duas vezes ao dia”

 Lia*, de 39 anos

Com uma cultura que coloca a evacuação como algo sujo e controla os nossos corpos, será que podemos fazer cocô sem tabu?

Mulheres são as principais vítimas da constipação devido à ação dos hormônios femininos – em especial a progesterona, que age mensalmente no corpo para prepará-lo para receber o óvulo fecundado.

Durante a gravidez, o corpo também produz outras substâncias que contribuem para a vagareza do intestino.

Mas a conhecida prisão de ventre tem causas além da fisiologia. Em grande parte dos casos, está associada a fatores psicológicos, emocionais e também ao machismo.

MENTE TRAVADA, CORPO TRAVADO

Os hábitos de higiene e a vivência da sexualidade, de modo geral, sempre foram mais rigorosos com as mulheres”

Psicanalista Beth Mori, da Sociedade de Psicanálise de Brasília.

Além dos cuidados com a alimentação, o consumo de água e a prática de exercícios físicos, é preciso deixar o nojo de lado e prestar mais atenção ao cocô. 

O formato, a consistência e a cor podem indicar problemas mais sérios.