Autoridades públicas deixam jornalistas sujeitos a ataques nas redes sociais

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Ser jornalista no Brasil traz riscos, principalmente quando são profissionais sérios e comprometidos com o trabalho de investigar e informar. Os ataques acontecem nas redes sociais (mas não só)!

O discurso de ódio cala e intimida os profissionais de imprensa, principalmente mulheres e negros. A violência aumenta quando os ataques partem de autoridades públicas, como presidentes e deputados.

“Uma vez que existe a sinalização do funcionário público, isso é quase como uma mensagem cifrada para que os apoiadores passem a atacar”

Carlos Gaio

Gerente jurídico sênior do Media Defence.

Desde o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro, o Brasil perdeu 10 posições no Ranking de Liberdade de Expressão da Repórteres Sem Fronteiras.

Depois de 20 anos, o país foi colocado na Zona Vermelha de liberdade de expressão em 2021. Termos como “manipuladora”, “parcial”, “canalha” e “mentiroso” são só alguns dos mapeados nas agressões.

Um caso que ilustra os ataques aconteceu em 2021, com a jornalista Juliana Dal Piva, que publicou o podcast “A Vida Secreta de Jair”, no qual conta a história do presidente..

Os ataques virtuais viraram ameaças do advogado de Bolsonaro, Frederik Wassef. Ele disse que Dal Piva fosse para a China. Assim, segundo Wassef, ela “desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo”.

A jornalista encaminhou as mensagens à Justiça, e Frederik Wassef foi condenado a pagar R$10 mil por danos morais à Dal Piva.

“É preciso mostrar que há limites e especialmente consequências legais para quem ataca jornalistas”.

A repórter defende que os ataques sejam judicializados:

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No Twitter, por exemplo, elas recebem mais que o dobro de ofensas em comparação com os homens. Há também registros consideráveis de racismo.

Os ataques são mais frequentes às mulheres.

“Não é possível dissociar o meu caso da minha raça e gênero. Costumo dizer que o brasileiro não suporta ver mulheres e negros em posição de poder”,

Luciana Barretos

âncora na CNN Brasil

Os cuidados devem ser redobrados em ano de eleição, já que os que cobrem política são mais atacados.

“É importante documentar esse tipo de situação”

lembra

Carlos Gaio,

do Media Defence.