70% das pacientes de câncer de mama veem companheiros indo embora após o  diagnóstico.

O abandono tem gênero

40% das mulheres temem a rejeição após a confirmação da doença  e 30% sofre de depressão como consequência desse desamparo.

Marilia Moreira - AzMina -

Dani Louzada

@dani__louzada youtube.com/canalterminal

Ao mesmo tempo em que o abandono é uma questão de gênero, o lugar de  quem deve cuidar de tudo e de todos também é historicamente reservado às mulheres. 

O cuidar foi naturalizado como uma função obrigatória da mulher. Algo que a gente deve fazer sem esperar reconhecimento e remuneração. E é justamente quando não podemos mais oferecer esse amparo, que o abandono acontece.

No Japão, idosas solitárias têm procurado a cadeia para fugir da solidão. Muitas não têm condições financeiras para dar conta das necessidades mais básicas, como comer e pagar um lugar para morar.

Imagina o nível de abandono para alguém tomar essa decisão? Na verdade, nem precisa ir para o Japão para imaginar…

No Brasil, mulheres também chegam à velhice com menos recursos e menos bens.

Não adianta dizer que basta tomar ômega três e comer brócolis todos os dias para que mulheres cheguem bem aos 70,  é preciso salários mais justos e políticas de amparo para momentos vulneráveis.

Vale também lembrar que o bom feminismo é aquele que inclui a velhice em suas pautas.