
No Brasil, 30% das mulheres já sofreram algum tipo de violência doméstica. O número é resultado de uma pesquisa feita pelo DataSenado em 2023, e mostra que as agressões físicas são só uma expressão dessa violência. Ataques morais, sexuais, psicológicos e patrimoniais também são formas que os agressores encontram para isolar, desqualificar e enfraquecer as vítimas. Para pedir ajuda e romper com o ciclo, é preciso identificar tudo isso.
Em parceria com o Instituto Penhas, AzMina lista abaixo os cinco tipos de violências mais comuns. Caso você se identifique como vítima e precise de ajuda, baixe o aplicativo PenhaS. Lá você encontra acolhimento, informação e um manual de fuga pensado para as suas necessidades.
Violência Física
É quando o agressor segura, chacoalha, machuca, imobiliza o seu corpo, mas também quando atira o controle remoto, o celular ou qualquer outro objeto na sua direção. O ataque não precisa deixar cicatriz, sequela ou marca para ser considerada violência. Não importa se parece ter sido leve na sua percepção. Se ele te empurrou, puxou o seu braço, jogou a chave em você, é agressão.
Violência Sexual
Infelizmente, muitas mulheres já foram vítimas dela sem saber. Isso porque muita gente acredita que a única violência sexual que existe é o estupro, e que ele é cometido por alguém fora da relação. Mas violência sexual ocorre também quando:
- Se você é obrigada a ter relação sexual contra sua vontade, ou fazer coisas que te deixam desconfortável e/ou com repulsa;
- Se você é impedida de usar métodos contraceptivos, ou forçada a fazer um aborto;
- Se você é levada a se prostituir, a engravidar ou se casar, na base da chantagem emocional ou do suborno;
E vale reforçar que não é porque você é casada ou namora que você é obrigada a transar quando não estiver a fim. Forçar sexo é violência.
Violência Psicológica
É quando entram as chantagens, as humilhações, os insultos, a ridicularização, a perseguição e o isolamento. Você é levada a acreditar que tudo em você está errado. Sua voz, sua risada, sua profissão, sua família, suas amigas, tudo parece irritar o seu companheiro. Ele diz frases como:
“você só sai com suas amigas pra me provocar”
“você nunca vai encontrar alguém como eu”
“você está cada vez mais largada”
“se fosse outro, te deixaria”
O medo de contrariar ou de deixar o parceiro nervoso, faz com que a vítima fique em estado de alerta o tempo todo. E é difícil de perceber o que está acontecendo, porque na violência psicológica, o agressor distorce a realidade. E destrói a autoestima da mulher. Ele omite ou inventa situações para que a vítima acredite em coisas que, na verdade, não existem. Por exemplo: quando ele insinua que você estava flertando com alguém, quando você não estava. E aí você começa a duvidar da própria memória e da própria sanidade, o que gera mais dependência emocional.
Violência Moral
É quando o agressor ataca o seu caráter e faz acusações mentirosas sobre você. Acusa de traição, divulga ou ameaça postar vídeos íntimos, diz que você é uma péssima mãe toda vez que tenta descansar, reclama de você com familiares e amigos. A intenção nesse tipo de violência é manchar a reputação da mulher e questionar o valor dela, enquanto pessoa. E isso acaba criando uma ilusão de que a vítima é responsável pela violência que sofreu.
Violência Patrimonial
É quando o companheiro controla o seu dinheiro, ou faz dívidas em seu nome, ou destrói objetos importantes para você, ou te deixa sozinha com as contas da casa.
Mas não só. Se ele estragou seus documentos pessoais ou deixou de pagar pensão alimentícia, isso também é violência patrimonial.
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Importante entender que o agressor não precisa ser namorado, marido ou ex-companheiro para a violência doméstica ser validada. Basta que a pessoa tenha vínculo ou convivência com a vítima. E aí entra: pai, irmãos, sogro, cunhado. Mas, também: mãe, filha, nora. Se você é ou conhece uma vítima de alguma dessas violências, procure ajuda, porque elas não acontecem de forma isolada.
A lei Maria da Penha protege todas as mulheres – tanto cis quanto trans. E todas as violências descritas nesta matéria estão previstas nela, que é considerada uma das melhores legislações do mundo no segmento. Ela não foca apenas na responsabilização do agressor, mas também determina ações de cuidado para quem sofreu as agressões. Exemplo disso é que no caso de violência física, que a depender da situação da mulher, a vítima pode receber um auxílio aluguel e a garantia de que não pode ser demitida do trabalho pelos próximos seis meses. Para acessar os direitos previstos, é importante procurar auxílio jurídico ou a delegacia mais próxima.
No aplicativo de enfrentamento à violência doméstica d’AzMina, o PenhaS, você encontra várias informações e acolhimento de outras mulheres. E, caso precise, um manual de fuga para sair da situação de violência. Baixe, e faça parte dessa rede que protege as mulheres.