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Não se espera que alguém aceite um convite para uma experiência que sabe que lhe será dolorosa. Mas quando pedimos para que mais mulheres ocupem espaços de poder na política, é justamente isso que lhe oferecemos: uma experiência não só perigosa, mas violenta.E é esse um dos principais entraves para que mais mulheres escolham concorrer a cargos políticos – elas temem por sua segurança dentro e fora das redes sociais, e pelos ataques que sabem que sofrerão. Isso tem nome: violência política de gênero. Diante de uma das eleições mais decisivas para a democracia brasileira, o MonitorA – Observatório de Violência Política vai mapear essa violência durante a campanha das eleições gerais de 2022 e encontrar caminhos possíveis para combatê-la.

Em 2020, acompanhamos as eleições municipais. Agora, vamos entender como candidatas às eleições estaduais e federal são atingidas pela violência de gênero no ambiente digital. A proposta é mapear o problema, encontrar caminhos possíveis para combatê-lo.

A edição de 2022 é uma parceria da Revista AzMina com o InternetLab e o Núcleo Jornalismo.

COMO FUNCIONA?

Monitoramos os perfis de candidatas às eleições de 2022 no Twitter, YouTube, Instagram e Facebook, avaliando postagens, comentários de usuários, e outras interações. Desenvolvemos dicionários de expressões e palavras frequentemente usados em atos de violência política de gênero, usados como chave para a coleta, mais tarde tratada e adaptada a ferramentas de visualização pelo Núcleo Jornalismo.

Na base de dados, cada publicação passa por revisão humana, a partir do que identificamos como os discursos mais frequentes na prática de violência digital contra candidatas mulheres, os perfis que mais as atacam, candidatas mais vitimadas, estratégias usadas, entre outras possíveis leituras.

As análises, seja em âmbito nacional, regional ou local, se transformam em reportagens, conteúdos digitais para redes sociais e relatórios voltados ao combate da violência de gênero online, que servem como subsídio para demandar mudanças junto às plataformas.

Ao fim das Eleições 2022, será elaborado um relatório completo dos achados pelo MonitorA, bem como um documento com recomendações e encaminhamentos que contribuam para a discussão da violência de gênero em termos de políticas públicas e privadas das redes sociais para o futuro.

QUAIS CANDIDATURAS SÃO MONITORADAS?

Analisamos candidatas a cargos eletivos nas Câmaras estatuais e Federal, Senado, Presidência e Vice-Presidência de diferentes partidos e posições no espectro político, em todos os estados brasileiros. Além disso, buscamos uma amostra diversa nos quesitos raça/etnia, identidade de gênero, orientação sexual, deficiência, faixa etária, maternidade e religião.

A fim de garantir a validade metodológica das análises, incluímos um grupo menor de controle com candidaturas masculinas, seguindo os mesmos critérios de diversidade.

PARCEIROS

Para contextualizar os casos de discurso de ódio e violência de gênero em todo país, contamos com a parceria de cinco veículos que atuam nas cinco regiões do Brasil. Cada um deles produz conteúdos jornalísticos específicos, com recortes de território e perfil social das candidatas:

Centro-Oeste: A Lente
Norte: Abaré Jornalismo
Nordeste: Agência Tatu
Sudeste: data_labe
Sul: Portal Catarinas

FINANCIAMENTO

O MonitorA é um observatório de violência política online contra candidatas(os) a cargos eletivos. A edição de 2022 tem financiamento Luminate e Reset.

RELATÓRIO

O relatório do MonitorA está disponível em versão online e também em PDF:

Acesse o relatório completo

Os conteúdos que produzimos

Louca, doida, maluca: misoginia domina ofensas a candidatas nessas eleições

“Você é uma vergonha” e “mimimi”: ofensas a candidatas à presidência reproduzem falas de Bolsonaro

Mulheres negras e indígenas resistem à violência política no estado mais branco do Brasil

Conflitos de terra e ataques de grupos bolsonaristas: a violência política de gênero no Centro-Oeste

“A violência faz parte da nossa realidade, mas vivenciar isso como candidata me assustou”, diz Vanda Witoto, candidata indígena no Amazonas

Ofensas nas redes sociais reforçam misoginia e xenofobia contra candidatas nordestinas

Transfobia e violência sequestraram debate sobre candidatas trans e travestis nas redes

“Basta ser mulher para sofrer violência política”, avalia candidata à vice-presidência, Mara Gabrilli

Macumbeira e Micheque: nas redes sociais, violência da corrida presidencial sobra também para Janja e Michelle

“Nem toda primeira-dama exerce o primeiro-damismo”: historiadora analisa a função das esposas de presidentes

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