logo AzMina
Joana Suarez
1 de novembro de 2023

AzMina participa de JUNTES, movimento de coalizão e aliança transfeminista

Seguindo nossa posição de um jornalismo contra a transfobia, buscamos construir estratégias e narrativas juntes

Nós fazemos parte do Trust Project

transfeminismo
Participantes do evento. Arte: Yu Ohtsuki

Neste ano, AzMina tem se posicionando ainda mais na luta de pessoas trans, demarcando nosso jornalismo contra a transfobia. No mês de março, e no 8M, celebramos as mulheres trans com vários conteúdos feitos por elas, com elas e sobre elas, inclusive em parcerias com outros veículos da América Latina. Em setembro passado, nossa equipe participou do primeiro evento internacional com o objetivo de unir movimentos feministas e trans para cocriar estratégias, narrativas e artes em busca de direitos, contra o ódio e as opressões de gênero. 

Leia mais: Feminismo contra a transfobia: um #8M sobre mulheres trans

O JUNTES – palavra portuguesa em linguagem neutra escolhida para nomear a conferência -, ocorreu em São Paulo, capital, durante cinco dias, com cerca de 70 pessoas LGBTQIA+ de 35 países. Promovido pela Ilga World e Outburst Arts, em parceria com o Festival Risco, esse foi o primeiro encontro de muitos que virão. 

“A gente vê que existe solidariedade (entre o movimento trans e feminista), mas que ela tem que ser fortalecida, com entendimento de que sozinhas a gente não vai conseguir enfrentar toda a dificuldade que a gente vê no mundo, principalmente com o avanço dos movimentos antigênero e antidireitos. A nossa aliança é estratégica”, afirmou Denn Ix, da Ilga.

Direitos as Pessoas LGBTQIA+ 

AzMina esteve presente todos os dias, compartilhou experiências com a cobertura da pauta trans e os ataques transfóbicos. A Secretária Nacional dos Direitos as Pessoas LGBTQIA+ (do Ministério dos Direitos Humanos), Symmy Larrat, também compareceu e nos falou sobre a importância dessa parceria mundial entre os movimentos trans e feminista e sobre os desafios do Brasil para avançar nas conquistas para essa população:

“Essa onda antitrans e contra as pautas de gênero é internacional, é preciso saber como é que alguns países conseguiram superar essa realidade e conquistar direitos, e também ajudar aqueles países que estão numa situação ainda mais difícil que a nossa.” 

Para Symmy, o parlamento brasileiro tem sido omisso na promoção dos direitos da população LGBT. “As nossas conquistas elas se deram sobretudo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e uma decisão (da corte) só chega a vida das pessoas quando outros atores cumprem as suas tarefas normativas com ações (políticas públicas)”, explicou a secretária. Ela lembrou que o governo federal anterior sequer se movimentou nesse sentido e, por isso, o desafio dessa gestão agora é diminuir esse sentimento de impunidade e essa distância entre conquista e vida real. 

Leia mais: Sem travestis e mulheres transexuais, não há projeto democrático

Trans excludentes

Symmy comentou também sobre os ataques trans excludentes que se espalham cada vez mais no Brasil e no mundo: “A atuação antitrans não é uma ação do movimento feminista, é de um fundamentalismo e de um radicalismo exagerado, muito similar ao discurso do ódio da extrema-direita. Mulheres trans excludentes não pertencem ao campo da luta por direitos de maneira ampla. As feministas negras nos acolheram de uma forma impressionante.”

As narrativas que desinformam chegam na mesa da família brasileira, indica Symmy, e “a gente precisa também se conectar às famílias e fazer esse debate.”

Leia mais: O Mito da Mulher Universal
* As opiniões aqui expressas são da autora ou do autor e não necessariamente refletem as da Revista AzMina. Nosso objetivo é estimular o debate sobre as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Faça parte dessa luta agora

Tudo que AzMina faz é gratuito e acessível para mulheres e meninas que precisam do jornalismo que luta pelos nossos direitos. Se você leu ou assistiu essa reportagem hoje, é porque nossa equipe trabalhou por semanas para produzir um conteúdo que você não vai encontrar em nenhum outro veículo, como a gente faz. Para continuar, AzMina precisa da sua doação.   

APOIE HOJE